Apesar dos constantes avisos de cientistas e centros de pesquisa de que um novo vírus estava por vir e causaria estragos, o coronavírus pegou o mundo de surpresa: os governantes não tinham a menor ideia do que fazer para conter a ameaça iminente. Passados cinco meses desde que tudo começou, alguns caminhos já estão delineados e são consenso entre as autoridades de saúde pública, como a própria OMS.
A partir de experiências bem-sucedidas em países como Coreia do Sul, Singapura e Alemanha, é possível afirmar que três ações são cruciais no atual momento: primeiro, seguir o isolamento social para diminuir a taxa de infecção e reduzir o impacto no sistema de saúde.
Em segundo e terceiro lugares, figuram a realização de testes em massa e o rastreio dos pacientes, como uma forma de saber em detalhes o número de casos em cada região e monitorar como a doença está se espalhando. Se implementadas adequadamente, essas resoluções não só protegem a população como permitirão flexibilizar, aos poucos, as medidas de distanciamento social — pelo menos até termos vacina e remédios eficazes.
Passado: Em 1920, a gripe espanhola chegava ao seu fim
Diferentemente do que seu próprio nome sugere, essa moléstia não começou na Espanha, mas, sim, em campos militares dos Estados Unidos por volta de 1918, em meio à Primeira Guerra Mundial. Em pouco tempo, o vírus influenza se alastrou pelos continentes, infectou 500 milhões de indivíduos e matou entre 17 e 50 milhões deles. Há exatamente um século, esse episódio triste e complexo da história da humanidade finalmente ganhava seu ponto final.
Futuro: Robôs reforçam a luta contra a Covid-19
O Laboratório de Robótica Móvel da Universidade de São Paulo em São Carlos desenvolveu e está testando uma tecnologia que auxilia profissionais de saúde em enfermarias e unidades de terapia intensiva (UTI). O robô parece um carrinho e consegue distribuir remédios e refeições entre os pacientes internados de forma autônoma. Isso minimiza o contato humano e reduz o risco de contágio com o novo coronavírus.
Um lugar: Em São Caetano do Sul, o teste vai até você
A cidade do ABC paulista lançou um serviço pioneiro que leva o exame da Covid-19 até a casa dos cidadãos. Funciona assim: quem estiver com sintomas sugestivos (tosse, febre, falta de ar…) acessa um site ou liga para um número de telefone. Se o caso preencher alguns critérios, uma equipe vai até a residência e coleta o material, que é encaminhado para um laboratório de análises clínicas. Isso diminui a circulação pelas ruas e avenidas do município.
Um dado: 4,1 mil mortes por tuberculose todos os dias
Até abril de 2020, a tuberculose era a doença infecciosa mais mortal do planeta. Seu causador, o bacilo de Koch, afeta gravemente os pulmões e costuma ficar escondido por anos no organismo antes de se manifestar por meio de tosses, dificuldade para respirar e sangramentos. Nas últimas semanas, o Sars-CoV-2, o nome científico do novo coronavírus, tomou a liderança desse ranking nefasto e deve seguir firme na dianteira pelos próximos meses.
Uma frase
“Crises muito sérias podem afetar preferências políticas e escolhas políticas. Então, se este evento [a pandemia atual] for severo o suficiente, ele pode alterar as preferências do eleitorado de forma que se mova para uma defesa de um estado de bem-estar social mais forte, impostos mais altos para pagar pelos déficits causados por pacotes de estímulo, mais assistência médica e maior proteção aos trabalhadores.”
Walter Scheidel, historiador e professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos
Isolar, testar e rastrear: os pilares para vencer a pandemia Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário