Se te perguntassem o significado da palavra “youtuber, o que você diria? Talvez, melhor que uma explanação de dicionário (um fulano qualquer que publica vídeos no YouTube), uma cena que pudesse definir com apuro. Como a que se seguirá.
O cenário: uma festa para milhares de convidados do YouTube Brasil, em São Paulo, em 5 de outubro de 2016. Mais de 120 deles eram youtubers, as celebridades do momento, os tais mais famosos da internet. Para alguns, naquele ano de 2016, eram considerados a “modinha”.
O ambiente era dividido em duas partes. Embaixo, ficavam os fãs. Em cima, na área vip, os youtubers, seus amigos (a maioria costuma andar em grandes bandos, e quase todos têm ao menos um canal no YouTube, mesmo que com poucos inscritos), jornalistas, googlers (o apelido da tropa de funcionários da Google, a dona do YouTube) e convidados endinheirados. Entretanto, a divisão de classes não agradou.
Alguns fãs começaram a mostrar o dedo do meio para um grupo de youtubers que estava no camarote – dentre eles, Júlio Cocielo, do Canal Canalha, então com 9,6 milhões de inscritos;2 dois meses depois, Cocielo seria o terceiro youtuber brasileiro a ultrapassar a marca dos 10 milhões. Eles berravam: “Pô, deixa de ser metido. Agora que é famoso fica se achando. Desce aí pra falar com a gente.”
Pouco antes, Cocielo tinha passado pelo tapete vermelho na entrada da festa. Lá, seus fãs, separados por cordas e linhas de segurança, tentavam alcançá-lo. “Assim não dá. Eles têm de falar comigo, me abraçar”, protestou Cocielo com dois dos seguranças. “Libera os puto aí.” Os seguranças deixaram cinco passar. Mas só isso. Cocielo ficou frustrado. Assim como seus fãs, que logo começaram a mostrar o dedo do meio para ele e outros youtubers do grupo.
Os vips, em vez de esnobar, como talvez fariam celebridades do século passado (o do advento de Hollywood e da TV), responderam dizendo que logo desceriam para conversar. Dito e feito. Cocielo, com seus amigos próximos Felipe Castanhari (do canal Nostalgia, então com 8 milhões de fãs) e Igão (2 milhões), além de alguns outros youtubers, foram abraçar e papear com os fãs. Sem seguranças a tiracolo.
“Se fosse um Caio Castro (ator da TV Globo) da vida, aposto que ia ficar putinho e mandar os seguranças resolverem a questão”, comentou um googler graúdo, diretor no YouTube, ao ver a cena. “Olha como os youtubers são outro tipo de gente.”
Cocielo e sua trupe passaram por uma área de bastidores do evento e invadiram a parte destinada aos fãs. Lá, a garotada cercou as celebridades da web, ao que Cocielo logo botou ordem:
“Vamos fazer fila”, falava ele, fazendo gestos para organizar a situação. A fila foi feita. E estava tudo em ordem até um garoto furar todo mundo para pedir um autógrafo.
“Aí, vai pro fim da fila”, interferiu Cocielo. “Pô, famoso, todo metido, nem trata bem os fãs”, protestou o furão. “É só entrar na fila como todo mundo que você ganha o autógrafo”, respondeu o youtuber, já perdendo a paciência, num tom como o de quem dá bronca no amiguinho do irmão mais novo; e o fã voltou para o fim da fila.
Tá aí o que são os youtubers, tirando algumas tantas exceções (a exemplo dos comediantes do Porta dos Fundos e do pessoal praticamente anônimo por trás da Galinha Pintadinha): aquele cara, aquela mina (mesmo quando se tem mais de 30 anos) da internet que faz algo bacana, que cativou uma comunidade (de início apenas alguns milhares, que tinham seus comentários respondidos um a um), que normalmente é engraçado(a), espontâneo(a) e não tem receio de export detalhes da própria vida, pois se é quase “íntimo” dele(a).
É aquele irmão/irmã mais velho(a) do amigo do condomínio, que você admira pela postura, beleza, discurso, carisma, habilidade em algo ou uma mistura disso tudo. Só que na vitrine do YouTube. Alguém que parece próximo, íntimo. Mas que, no fim, não é. Não teria como ser íntimo de milhões e milhões de fãs. Porém, dá para parecer íntimo. Aí está um dos truques para se dar bem no negócio.
Gente como a gente, que tinha perfil no Facebook, no Instagram, no Twitter e canal no YouTube. Mas cujos vídeos saíram da fronteira do mundo dos amigos e conhecidos. A área vip daquela festa dos 120 youtubers estava lotada dessas figuras. Várias correspondiam à imagem que se espera de um youtuber – jovem, extrovertido, articulado, gamer, cabeça aberta e, não se sabe direito o porquê, com cabelos coloridos (principalmente as garotas) e bonés (os garotos). Só que alguns, em bom número, não eram nada disso. Os bichos desse zoológico são dos mais variados.
Tinha, por exemplo, o Antonio Tabet, mais conhecido como Kibe, um publicitário de 42 anos que acabou por virar ator e sócio do Porta dos Fundos (então passando os 13 milhões de inscritos), que havia sido o maior canal brasileiro em número de inscritos e em 2016 era o segundo desse ranking. Num momento, ele estava em uma roda de conversa com Rafinha Bastos, polêmico – e gigante, com 2 metros de altura – humorista proveniente da TV brasileira e, naquele tempo, à frente de um canal com 2,1 milhões de seguidores.
A poucos passos desses dois, a drag queen Lorelay Fox, com seu cabelo longo platinado, representando seus quase 200 mil fãs.7 No mesmo grupo, um gerente do YouTube, gay, que auxilia no trabalho de muitos youtubers representantes de movimentos LGBTQ+. Como a jovem Mandy Candy, ou melhor, Amanda Guimarães, de 27 anos, e que também participava da conversa. Essas caras do YouTube são muito mais diversas do que costumam esperar os pais dos espectadores. Não se trata só de um bando de garotos jogando videogame, apesar de existirem muitos desse tipo no meio dessa fauna virtual.
Com seus cabelos coloridos (olha aí os cabelos coloridos!), em variadas tonalidades de rosa, vermelho (ou seria roxo?) e azul, Mandy Candy se destacava na multidão pelos elementos que costumam realçar uma youtuber no meio da multidão: a postura confiante, de porte altivo, a beleza, o carisma e os fãs que a cercaram quando desceu para a ala dos reles “mortais” da festa. Contudo, sua trajetória é um tanto distinta da de outras musas da internet. O elemento central: ela é transexual e costuma falar disso em seu canal no YouTube, como num vídeo no qual descreve como foi sua primeira experiência sexual, na Tailândia, com um turista coreano, dois anos após ter feito a cirurgia de redesignação sexual.
Em resumo, se não for ver o vídeo, a perda da virgindade foi um pouco traumatizante (mas também um tanto prazerosa), como acontece com muitas meninas. Alguns minutos depois, Mandy Candy iria relatar suas experiências em uma sala fechada na área onde estavam os fãs. Porém, como um bom retrato do que é ser youtuber, a câmara era toda envidraçada, no meio do público, revelando o que ocorria dentro. E, dentro, o que ocorria era uma conversa dela com uma seleção de seus seguidores.
Um dos fãs, gay, distribuía elogios: “Você é uma inspiração pra nós. Mostra que podemos superar tudo.” Mas quase ninguém ouvia o que ele dizia. Mandy Candy teve de pedir que repetisse a fala. Isso porque a música alta do evento tomava a sala, dificultando a conversa. Tocava funk. Mais especificamente, o grudento “Nego resolve”, do funkeiro pop Nego do Borel:
Ela vem assim toda princesa/Que é isso? Eu tô passando mal/
Ela tem o corpo bronzeado/Deixa a marquinha aparecer/
Ei, novinha, tá pegando fogo/Deixa que o nego vai resolver/
Nego resolve/ Oôô/O teu bombeiro chegô/
Pra acabar com teu calô.
Em frente à sala em forma de aquário na qual Mandy Candy conversava com mais ou menos uma dúzia de fãs, todos de cabeça bem aberta, estilo década de 2010, no palco, a poucas dezenas de metros, subia uma tropa de funkeiros pulando, causando, tirando selfies e gravando vídeos para colocar no Snapchat. Um mico: no meio, não estava o Nego do Borel, que nem no evento figurava. Só os concorrentes dele, da trupe do produtor musical KondZilla, que depois se enfezaria e reclamaria com conhecidos, indignado por tocarem uma música que não era de seu bonde, em vez de uma de seus amigos que estavam lá.
Poderia ser, por exemplo, uma de MC Bin Laden, do “Tá Tranquilo, Tá Favorável”. Certa vez o funkeiro fora barrado na alfândega dos Estados Unidos devido ao seu nome de guerra, perdendo shows em terras norte-americanas. E não adiantou mostrar seu clipe no YouTube, com 83 milhões de views, para convencer os agentes federais a liberarem a entrada:
Vai achando que é só playboy que vive em Copacabana/Dá uma olhada nas bandida que tá com nóis/ Tá favorável/ Só os vilão, vem/ Tá tranquilo, tá favorável.
Do lado dele e de KondZilla, outro do movimento “tá tranquilo” engrossava o caldo da festa: MC Brinquedo. Ou melhor, Vinicius de Santos Moura, um funkeiro mirim de 15 anos de idade, cabelos coloridos de azul e vermelho (olha aí a tendência), mas desbocado nível “impróprio para menores”. Ele era o mais agitado da trupe, xavecando a mulherada que passava por perto, comentando com os colegas sobre uma gostosa aqui, outra ali. No pique de seu hit “Roça roça 2”10 (acima de 85 milhões de views no YouTube):
Olha a novinha que não me queria/ E hoje ela quer, quer, quer/ Que eu vim da roça/ Mas venci na vida/ E não tô a pé, né, né, né/ Interesseira, colou do meu lado/ Pra ver qual que é, é, é.
Momentos antes, era possível observar o bando de KondZilla e companhia cochichando, lançando olhares para a ruiva Maddu Magalhães, musa da internet, ex-mulher do também youtuber Felipe Neto (um dos – se não “o” – youtubers mais amados e odiados do Brasil), que não tinha ido à festa. Ausência que havia sido percebida e celebrada por uma parcela dos youtubers. Felipe Neto, muitas vezes julgado como metido, como chato, não é tão bem visto por algumas das celebridades online que lá estavam.
E os olhares dos funkeiros não deixavam de percorrer as bundas femininas que passavam à frente. Pareciam querer provar. Talvez não as bundas, mas, sim, confirmar a imagem, bem estereotipada, que se tem deles. Por exemplo, uma horinha antes de subirem ao palco, observavam Mandy Candy de forma curiosa.
Uns minutos depois, os funkeiros, ao som alto de Nego do Borel, disputavam a atenção do público com a mesma Mandy Candy. Enquanto se fotografavam em cima do palco, para colocar o resultado no Instagram e no Snapchat, Mandy Candy contava aos fãs como não é tão fácil ser youtuber:
“Uma vez, uns clientes e fãs se surpreenderam por eu estar trabalhando como garçonete num restaurante, mesmo tendo tanto sucesso no YouTube”, falava na sala em forma de aquário, onde debatia com outros fãs. “A verdade é que meu canal não dá muito dinheiro. Também preciso trabalhar com outra coisa.”
Mandy Candy contava ainda como tinha ficado famosa enquanto morava na China (naquele 2016, ela se revezava entre Hong Kong e Brasil). Entre chineses, ser uma youtuber que fala português em nada lhe garantia fama. Ao contrário de como é no Brasil, lá na Ásia não a paravam na rua para pedir autógrafos, ou simplesmente um abraço.
Logo, ela só começou a ter noção da fama ao regressar para sua terra natal em visitas esporádicas. O sucesso no YouTube traz várias vantagens. Para Mandy Candy, a autoafirmação, a segurança, o poder de dar força à causa LGBTQ+.
Para os funkeiros, ter dezenas de milhões de visualizações em um clipe representa atrair um público maior aos shows, chamar a atenção de canais de TV e, quem sabe, conquistar umas novinhas. Já Pedro Afonso Rezende, então com 20 anos, um youtuber ainda mais típico (moleque gamer que transmite suas partidas online), aproveitava a fama para outro fim. Ao menos naquele evento do YouTube.
Dono do canal RezendeEvil, alcunha pela qual ele também é conhecido, Pedro é um dos brasileiros de maior sucesso no YouTube. Naquele 2016, tinha quase 9 milhões de inscritos (em 2019, 23 milhões). Na adolescência, Pedro, ou melhor, RezendeEvil tentou ser jogador de futebol. Mais especificamente, goleiro de futsal. Chegou a ser contratado por um time da Itália, onde morou. Contudo, não deu muito certo na carreira.
Quando regressou ao Brasil, para Londrina (Paraná), usou uma poupança que tinha acumulado para comprar um computador bacana. Abriu seu canal no YouTube em 2012. Como era fã da saga de games de zumbis Resident Evil, inspirou-se no título, mesclando-o ao seu próprio nome, para definir o título de sua página. Logo, porém, passou a ser conhecido não por esse jogo, mas por outro (então o mais popular dentre os videogames no YouTube), o Minecraft.
Em seu canal, em vez de simplesmente demonstrar jogadas, Pedro achou uma abordagem mais original. Ele usa os personagens do game para contar histórias variadas à sua plateia. Numa delas, por exemplo, RezendeEvil e alguns amigos dublam meninos e meninas pixelizados, no estilo Minecraft, durante uma aventura numa praia de nudismo.
“Sei da força que tenho com a criançada. Sempre me preocupo em deixar meu conteúdo próprio para menores, sem xingamentos e afins”, garantia RezendeEvil. “A repercussão é boa. É muito comum a criançada pedir pros pais, num shopping ou num parque, para vir falar comigo. Quando chegam perto, além dos autógrafos, os pais costumam me elogiar, dizendo que sou referência para seus filhos.”
RezendeEvil é um sucesso tremendo que foi além das telas de computadores e smartphones. Só entre 2015 e 2016, seu canal passou de menos de 4 milhões de seguidores para quase 9 milhões. Em 2015, ele faturava em torno de 1 milhão de reais tão somente com seus vídeos (ou, sendo específico, com os anúncios que antecediam a eles). Isso além do que lucrou com shows infantis, comerciais na TV e, é claro, livros. Virou escritor, como fizeram vários youtubers. No caso de RezendeEvil, ele narra, com a ajuda de ghost writers (raramente um youtuber escreve – às vezes, nem lê – o próprio livro), histórias fictícias que cria no mundo de Minecraft.
Naquele FanFest/Brandcast de 2016, o pomposo nome em ingles da festa promovida pelo próprio YouTube, ele certamente era uma das grandes estrelas. No tapete vermelho na entrada, passava ao som de ovações do público. Mesmo assim, quando foi abordado por um membro da organização para subir ao palco principal, recusou-se.
Segundo ele, o motivo seria que aquela plateia não era composta por gente que realmente via seu canal. Ele argumentava que costumava falar somente com crianças e seus pais. Lá, a maioria era de adolescentes e jovens. Ou ao menos essa era a versão dele. A razão podia ser outra.
Afinal, Pedro gostava de aproveitar algumas vantagens de ser popular. Uma delas era o apelo com as mulheres. Na flor da idade (as espinhas no rosto denunciavam) e boa pinta, naquela noite o RezendeEvil teria sucesso em ao menos três investidas.
Beijou três meninas na festa. Melhor, mulheres, não meninas, visto que todas eram mais velhas que ele – nenhuma era youtuber (apesar de ser comum o pega-pega entre youtubers). Quando o abordaram para subir ao palco, ele estava atracado com uma dessas garotas, num cantinho mais isolado. Não parecia estar a fim de parar sua tarefa para festejar com a galera. Após muito convencimento, foi o que fez, embora continuasse a bater na tecla de que a plateia não era constituída por seus fãs. Passou novamente pelo tapete da entrada, um tanto apressado nos cumprimentos, tirou selfies, filmou… e, logo que deu fim à rotina, foi procurar pela ficante para continuar a noite.
Há quem diga que em sua terra natal, Londrina, RezendeEvil contava que comprou um carrão importado apenas para poder se mostrar em frente à uma balada local e passar pelo colégio que frequentou na adolescência. Seriam dois os motivos da exibição: 1) atrair as meninas; 2) mandar um “beijinho no ombro” pra quem o zoava por ter sido considerado um nerd durante a infância e a adolescência.
Na andança pelo backstage, Rezende cruzou com o maior dos maiores dentre os youtubers brasileiros: o comediante piauiense Whindersson Nunes (então com 13,4 milhões de inscritos). Fazia pouco tempo que o humorista havia conquistado o trono, antes da trupe do Porta dos Fundos. Para ser exato: ele era rei há um dia. Numa ascensão estupenda.
Dois meses antes, havia comemorado a marca dos 10 milhões num regabofe chique no Piauí, e depois numa balada improvisada num espaço de coworking no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
Normalmente, Whindersson é só alegria. Naquela que era a maior festança do YouTube, contudo, aparentava estar um tanto para baixo, quiçá enraivecido. Naquele momento abraçava, com um sorriso forçado, Christian Figueiredo (3,6 milhões de fãs), enquanto posava para uma foto. Retrato que no mesmo dia seria postado no Instagram de Christian, vestido de jaqueta de couro e no estilo roqueiro, com a mensagem “Parabéns maior do Brasil!”.
Whindersson não aparentava estar no clima de farra. Nas várias fotos que tirou ao lado dos youtubers, saiu todo sorridente, usualmente fazendo careta, de língua para fora. No palco da celebração do YouTube, também soube bem manter o personagem, com postura profissional. Tirou selfies, filmou a galera. Não hesitava em repetir seu bordão aos fãs que pediam: E aí, galera que assiste meu canal, tudo bom com vocês?
Até ensaiou uns passos de arrocha, ao ritmo black de “Work”, hit da cantora Rihanna e do rapper norte-americano Drake. Entretanto, era só desligarem as câmeras que ele armava um bico. Fechava a cara e se dirigia para o canto da área VIP. Quase se escondendo atrás de uma cortina preta que separava a FanFest (dedicada ao contato com os fãs) de um segundo momento do evento, o chamado Brandcast, focado em atrair anunciantes, que aconteceria em poucos minutos.
Junto a Whindersson estava seu assessor, seu agente e um amigo. Entretanto, a namorada, a cantora gaúcha e youtuber – então com 800 mil seguidores – Luísa Sonza, passou a maior parte do tempo distante dele. Estava, naquele minuto, sentada em uma escada no meio da área exclusiva, entre dois bares, ao lado de amigas com quem papeava em tom de desabafo.
Pela festa corria o boato de que o rei do YouTube teria brigado com sua rainha bem no início do FanFest (ou antes de chegar ao evento). Não dava para saber o que era verdade ou não na afirmação que se espalhava.
Sim, Whindersson poderia estar emburrado com outra coisa. Contudo, aquelas celebridades nascidas na internet gostavam de já conjecturar o cenário mais curioso: o da treta. Youtubers são de fofocar. “Ah, ela tá com ciúmes”, dizia um.
“Na verdade, os dois só estão cansados”, falava outro. “Vi os dois quebrando o pau no meio da pista”, garantia um youtuber. “Aposto que o sucesso dele só subiu na cabeça e agora ele nem quer se misturar com os outros youtubers”, completava mais um.
“Magina, é só o estilo dele. No YouTube, todo feliz. Fora, um bicho do mato”, acrescentou outro, ponderando. Podia ainda ser outra história, também daquela noite, que o incomodou. Quando chegou ao evento, bem no início, ele e sua trupe, incluindo a namorada, foram barrados na porta.
Seguranças não queriam deixar o rei do YouTube entrar na grande festa do YouTube. Mesmo depois que ele mostrou o convite. Mesmo depois que tentou provar que tinha um canal seguido por milhões. Parece que os seguranças teimavam em não acreditar que aquele piauiense ultracarismático seria mesmo o rei do YouTube pelo qual todos esperavam dentro da festança.
A questão só se resolveu com a interferência de googlers, convocados para liberar a entrada e tratar a realeza com os devidos cuidados. A verdade disso tudo: Whindersson não podia mais brigar com a namorada, ser barrado na porta, ter dor de cabeça, nem ficar resfriado em paz.
Não importava o motivo real de seu humor. Mesmo que nem houvesse motivo. Na era da internet, do Facebook, do Twitter, a praxe é fofocar. Corta para o backstage. Enquanto a festa rolava solta no andar de cima, um youtuber de certa idade entrava a passos lentos, apoiado no braço da filha, no camarim do evento. Falava baixo, quase inaudível, e arrastava os pés. Prováveis consequências de seus 80 anos de idade.
Porém, ainda apresentava sua característica postura confiante, daquela exibida só por quem tem poder há um bom tempo. E não do tipo que a internet deu há uns minutos atrás.
Quando criou sua (mega) popular Turma da Mônica em 1959, Mauricio de Sousa certamente não a vislumbrava como protagonista de um desenho animado na internet. Claro, naqueles idos dos anos 1950 e 1960, não havia web. A onda eram as tirinhas de jornal, para os quais ele tinha começado a desenhar, em histórias com o cachorrinho Bidu e seu dono, Franjinha (só alguns anos depois surgiriam Mônica e Cebolinha). Isso após passar um tempo como repórter policial, antes de convencer seus chefes da Folha da Manhã a publicar os quadrinhos.
Mas isso é coisa do passado. Depois de quase 60 anos, dificilmente um brasileiro que se preze não sabe quem é Mauricio de Sousa, o Walt Disney nacional. Ou ao menos sua personagem mais conhecida, Mônica, inspirada na filha de mesmo nome. Era ela, a filha, que lhe servia de apoio na hora de entrar no camarim da festança do YouTube.
“Sempre sonhei em deixar a Mônica para a eternidade”, falava Mauricio, explicando o novo momento de sua criação. Ele e sua turma, capitaneados pela Mônica (a filha, executiva da empresa, não a baixinha, gorducha e dentuça dos quadrinhos), tinham se adaptado completamente à era do digital, com o intuito de permanecer pela eternidade. A Turma já havia virado brinquedo, filme animado, desenho de TV, ganhou versão teen. E quatro anos antes, em 2012, se transformou em canal do YouTube. A série Toy, com traços baseados no estilo de toy art, estava um sucesso que só. Na página, ainda dava para encontrar histórias da Turma tradicional e do caipira Chico Bento.
O que Mauricio fazia lá, no camarim daquela festa de meninos gamers e meninas vloggers? Um grupo de funcionários do YouTube o esperava nos bastidores. Três deles tentavam conter as lágrimas, fãs da Mônica e cia desde crianças. Outros dois, gringos, não sacavam bem a importância do Disney do Brasil.
“Por que ele é tão celebrado mesmo?”, questionou um dos estrangeiros presentes. “No Brasil, crescemos lendo Turma da Mônica. Marcou a infância de todos”, respondeu um brasileiro. Quando Mauricio chegou, arrastando os pés, abriu-se um corridor para ele, como se fosse um chefe de Estado. Ao entrar no camarim, cercaram-no. Um dos googlers carregava uma maleta pesada que seria entregue ao cartunista de 80 anos.
Mauricio e Mônica pararam próximos à porta que dava à sala reservada a eles. Nos olhos do desenhista, era clara a emoção. Nos de quem iria lhe conceder aquele prêmio, idem. O criador da Turma foi à frente e, com a ajuda de alguns mais jovens ao redor, segurou a maleta.
Ao abri-la, deparou-se com uma placa enorme, prateada. Nela estava escrito o motivo do agraciamento: 1 milhão de fãs! Tratava-se do número que o canal da Turma havia superado no YouTube. Isso e mais de 1,1 bilhão de visualizações totais de seus vídeos (mais do que somava Whindersson Nunes nesse quesito). O Limoeiro – nome baseado no bairro paulistano do Limão –, onde vivem os personagens, nunca esteve tão cheio.
Enquanto rolava o emocionante momento a portas fechadas, ninguém dava muita atenção a um astro moderno que passava pelos fundos, desviando da trupe de Mauricio. Com roupas femininas (ou seria no gender?), Liniker Barros, cantor(a) e compositor(a) já nascido(a) nesta era de youtubers, dava passos rápidos, esvoaçante.
Foi no YouTube que o(a) paulista de Araraquara se consagrou. Aliás, se não tivesse YouTube, talvez ele(a) e sua banda dos Caramelows não seriam tão pop quanto ficaram. Dificilmente mídias tradicionais concederiam atenção e tempo a um(a) LGBTQ+ e representante do movimento no gender, aquele cujas pessoas não se definem apenas como mulher ou homem. Liniker, por exemplo, era avesso(a) a qualquer rótulo.
Em 2016, ele(a) era homem/mulher. Ou, corrigindo, era no gender (sem gênero). Ou ao menos era assim naquela data. E era assim que pedia para ser tratado(a). Tanto que sua equipe orientou os googlers a apresentá-lo(a) de tal forma no evento, misturando pronomes femininos e masculinos. Tão século 21. Mas só é assim devido ao poder que o YouTube concedeu aos seus soldados.
Tanto que o(a) próprio(a) Liniker se mostrava contrário(a) às tais mídias tradicionais. Prefere o YouTube, em grau e número. Evita ir a programas de TV ou figurar em capas de revistas usuais. Seria tão démodé. Ele(a) opta por fazer shows em festivais menores, dar entrevistas a sites alternativos e por aí vai. Mesmo que já tenha cometido alguns deslizes nesse comportamento, como quando concedeu entrevista ao tão tradicional Jô Soares, na tão tradicional TV Globo.
Experiência da qual, dizem os mais próximos, saiu desanimado(a) e frustrado(a). A reclamação dele(a) surgiu frente às perguntas, tão século 20, com as quais se deparou: sobre seu nome.
Ele(a): Era 1994 e um dos meus tios queria muito que eu chamasse
Liniker (em referência ao artilheiro da Copa do Mundo de 1986, o inglês Gary Lineker), se não seria Hiker […]
Jô: Seria pior do que Liniker […]
Ele(a): (risadas constrangidas) Mas eu adoro Liniker […]
Jô: Mas você nunca pensou em ser jogador de futebol […]
Ele(a): Graças a Deus, não. Queria mesmo era ser cantora. Queria colocar minha blusa por cima da cabeça e ficar brincando de Pocahontas […]
Em dado momento, Liniker tenta explicar a Jô Soares o significado de “lacrar”:
Ele(a): A gente pode lacrar as pessoas aqui?
Jô: Eu pensei que isso era a respeito do estado do Acre.
Ele(a): Não (sorriso constrangido). É a benção do lacre. A benção da lacração. Lacração é quando você é maravilhosa, quando você se empodera. Podemos? Um encontro dos séculos XX com o XXI. De um lado, alguém acostumado a definições. Do outro, alguém que odeia rótulos; da era dos bebês com nomes que não determinam se é homem ou mulher; dos crossdressers, do empoderamento, da lacração. Dois extremos em colisão.
E Liniker lacrou. Sem YouTube, talvez não lacrasse. Quando se esperaria que uma TV da era pré-YouTube desse espaço a um(a) artista como ele(a)? Um(a) representante do gueto moderno. Por que se dá voz a ele(a) agora? Pois ele(a) se trata de um(a) cantor(a) cujo clipe mais popular, “Zero”, já tinha sido visto mais de 5 milhões de vezes na internet.
Não dá para alguns fingirem que ele(a) não existe. E Liniker chegava ao evento dos 120 youtubers justamente para lacrar. Para ser um(a) dos astros do show do empoderamento que estava prestes a se iniciar. Mas, antes, teve de passar, tímido(a), ao lado do homenageado Mauricio. Foi parado(a) rapidamente por três googlers mais descolados, e então se dirigiu ao camarim, onde a banda se prepararia para a apresentação com outro elemento tão século 21: uns pegas num baseado, cujo cheiro se espalhou pelos camarins.
Enquanto Mauricio de Sousa e Liniker dividiam a sala do camarim no backstage, encerrava-se a primeira parte do grande evento do YouTube. Os fãs eram conduzidos para a saída, enquanto os VIPs se dirigiam para um outro espaço, passando pela cortina preta na qual Whindersson estava tentando se esconder um pouco, com a cara fechada, sabe-se lá por qual motive (fora as fofocas).
A trupe de funkeiros liderada por KondZilla passava causando. Falavam alto, apontavam uma mina ali, outra noutro canto. Grudado neles, dois apresentadores do programa televisivo Pânico na TV – um vestido com uma fantasia que parecia ser de uma galinha – tentavam entrevistar as celebridades.com transeuntes. Tinha ainda youtubers feministas, outros do estilo do it yourself (que ensinam a fazer de tudo, como objetos de decoração ou maquiagem), cantores, humoristas, vloggers… Lá estavam representantes de toda a fauna do YouTube.
Cortina fechada, fãs já fora do evento, começou o show para os VIPs. Se a meta da primeira parte da balada dos 120 youtubers era atrair os fãs, colocá-los em contato com os ídolos e exibir como o YouTube tem vindo para subjugar a TV, a proposta do Brandcast, a segunda parte, era chamar atenção de anunciantes. Em outras palavras, incentivá-los a continuar injetando cada vez mais dinheiro no YouTube (e nos youtubers).
Ao menos esse era o objetivo mais óbvio. Contudo, o espetáculo que veio a ocorrer se provou muito mais interessante do que um daqueles eventos chatos e padronizados típicos de empresas enormes. O tom que viria a tomar o palco daquele tal Brandcast poderia ser resumido com a ajuda do refrão da canção “É o poder” (então com 3 milhões de views no YouTube), de Karol Conka:
É o poder, aceita porque dói menos/ De longe falam alto, mas de perto tão pequenos […]/ É o poder, o mundo é de quem faz/ Realidade assusta todos tão normais.
Mais do que vender publicidade, o YouTube agora queria mostrar seu poder. Era disso que se tratava o show que teria início. “Nós promovemos a diversidade. E não é pelo politicamente correto. É por ser o correto”, dizia o vice-presidente e diretor-geral da Google no Brasil, Fabio Coelho, logo ao entrar no palco.
Coelho também destacaria que seis das dez celebridades mais admiradas pelos jovens brasileiros são youtubers. Um ponto que ele esqueceu de mencionar é que, dentre esses, também era youtuber o único gay da lista de saudados: Luba (então com 3,3 milhões de inscritos21), em sexto, logo à frente do ator global Lázaro Ramos.
Seguiu-se um pouco de discurso de vendas. Daquelas chatices usuais de festinhas corporativas. Mas logo Fabio, homem branco de camisa social, saiu do palco e deu espaço a tudo aquilo que o YouTube quer jogar na cara do mundo.
Anunciantes não costumam colocar pessoas negras, gays, feministas e muito menos crossdressers em suas propagandas. Não acham que isso tudo vende. Mas eram os representantes desses que subiriam ao palco.
Fora da caixinha, mesmo que bem na moda do século 21, para um evento milionário cujo objetivo era agradar os publicitários Julia Tolezano, a Jout Jout do canal JoutJout Prazer (1 milhão de seguidores), por exemplo, falaria de feminismo. Ou melhor, abusando da expressão em voga, empoderamento feminino. Mesmo que uns dias antes ela tenha reclamado para algumas pessoas próximas que não lhe agradava subir só ela, mulher branca, no tablado. Em sua visão, tinha também de haver lá uma mulher negra.
Uma sugestão, por exemplo, seria Nátaly Neri (então com 108 mil inscritos no canal). Combinaria bem com a proposta. Veja como a moça se descreve em sua página no site: “Sou Nátaly Neri, mulher negra, feminista, apaixonada por brechó, costura, moda e faça você mesmo. O objetivo desse canal é incentivar a autonomia de quem assiste, aprendendo a garimpar, achar as melhores opções de consumo de moda, discutindo questões importantes sobre nosso lugar no mundo sem ignorar, é claro, tutoriais divertidos de maquiagem, cabelo e tudo o que quisermos que nos caiba.”
Mesmo que esse poder, em outra ironia da noite, tenha sido barrado na porta. Em dado momento, Nátaly Neri – que não subiu no palco com a amiga Jout Jout, mas estava na noitada – saiu do ambiente para falar ao celular. Ao tentar regressar para o espaço do evento, foi barrada por um segurança. Não queriam deixar que ela entrasse de forma alguma. Assim como foi com Whindersson, de nada adiantava exibir ao leão de chácara engravatado o seu popularíssimo canal de YouTube para certificar o ingresso. Nátaly só conseguiu regressar à pândega quando um googler a viu conversando com o segurança, liberando sua entrada.
Voltando aos holofotes da diversidade, nenhuma mulher negra dividiu o palco com Jout Jout, no fim da história. Mas em nada tinha a ver com questões de cor ou gênero – na mesma noite, duas negras subiriam ao palco, além de Liniker. Havia alguma razão mais burocrática. De qualquer forma, Jout Jout topou o cachê pago a ela e subiu ao tablado para falar de feminismo. “O YouTube é um espaço de empoderamento. De representatividade. Um lugar onde podemos achar todas as possibilidades, toda a diversidade do que é ser mulher.”
Aí, num slide, citou uma pesquisa indicando que um em cada três brasileiros concordava com a frase “Mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”. Ao que comentou:
“Por que as pessoas dizem esses absurdos? Porque isso faz parte da nossa cultura. Eu senti que poderia contribuir de alguma forma para mudar isso. A gente tem que tentar se impor e se defender.”
Mulheres como a carioca Bianca Andrade, do Boca Rosa (então com 3 milhões de seguidores24). Outra que ganharia os holofotes da diversidade, pouco depois de Jout Jout. Boca Rosa contou no palco como, morando em uma favela do Rio de Janeiro, passou a ser conhecida como uma das maiores referências de moda do YouTube. Na juventude, ela admirava as blogueiras fashion. “Só que eu não tinha dinheiro para comprar os produtos ‘carézimos’ que elas usavam em seus vídeos e sites”, narrava. A solução foi procurar por barraquinhas em sua comunidade, onde conseguiria similares mais baratos. Foi aí que decidiu gravar videos utilizando essas marcas, bem mais acessíveis do que uma Dior.
“Querem (as mulheres) algo que elas possam fazer em casa. Mais do que as passarelas e os tapetes vermelhos, o público quer estar junto com a gente.” De início, muitos a intimidavam, a zoavam na internet e nas ruas. Achavam ridículo uma menina da favela querendo sucesso no ramo da moda. Todos se calaram quando Bianca começou a fazer sucesso. Muito sucesso. E aí foi a vez dela também mandar um beijinho no ombro para os detratores.
“O resultado disso é uma beleza mais democrática. A busca por cabelos afro ou por moda plus size tem aumentado muito nos últimos dois anos.” E o show da diversidade do YouTube teve sequência com Liniker. Ele(a) saiu direto de seu camarim com cheiro de maconha para declamar uma poesia da inclusão no palco. Na plateia, porém, não foi bem-recebido(a) por todos.
“O que é aquela bichinha lá?”, questionava, em alto e bom som, um dos funkeiros da trupe de KondZilla. A resposta era dada em gargalhadas pelos seus companheiros, seguida de mais e mais piadinhas do tipo.
Como eles estavam em uma área da plateia afastada do palco, Liniker não podia ouvi-los, nem retrucá-los. Eram flagrados somente por alguns googlers que observavam com olhares de indignação e repressão – o que, pelo jeito, os incentivava a continuar com as chacotas.
Isso enquanto um deles pedia para sentar no colo de outro, ambos funkeiros, pois queriam ficar juntinhos e faltava cadeiras para a bunda de todos.
Quão mordido(a) ele(a) ficaria com a bagunça dos funkeiros youtubers que o(a) assistiam? Funkeiros que, porém, aplaudiriam as duas atrações seguintes: Karol Conka e Ludmilla. Mulheres negras, da periferia. Amigas no palco e fora dele, elas celebravam o próprio poder cantando, juntas, “Tombei”, o que, no contexto, parecia uma resposta a toda aquela mistura da festa:
Baguncei a divisão, esparramei/ Peguei sua opinião, um, dois, pisei/ Se der palpitação, não dá nada, conta até três […]/ Enquanto mamacita fala, vagabundo senta […]/ Não adianta fugir/ Vai ter que se misturar/ Ou, se bater de frente, periga cair. Aí, erguendo os próprios seios com as mãos, como em desafio às velhas opiniões, completavam: Já que é pra tombar/ Tombei/ Bang bang.
É o poder, aceita porque dói menos. Como Karol Conka profetizava em seu outro hit, ao tomar o mesmo palco. Sim, é o poder. O poder das mulheres. O poder dos negros. O poder dos LGBTQ+. O poder dos no gender. O poder da garotada. O poder do feminismo. Mas também o poder do machismo. O poder dos bullies. Só que também o poder dos que sofreram na mão desses valentões. O poder do nerd. E dos bombadões em seus vídeos de malhação. É o poder de todos e de tudo. Um poder, porém, individualizado.
O poder da comunicação em massa, antes restrito ao domínio de grandes corporações, passado para a mão de cada cidadão. Um indivíduo de hoje pode se ver sendo curtido por milhões, da noite pro dia. Como foi com Whindersson, que conta que a fama lhe veio, literalmente, após checar pela manhã a repercussão de um vídeo que havia postado antes de dormir. Todavia, o sucesso também pode ir embora da noite para o dia. É a era do poder fugaz. Um que pode aparecer para você agora, neste instante, e desaparecer como se (quase) nada tivesse ocorrido. Aceite, é o poder. Mas um que não faz bem à cabeça de todos.
No fim do evento, teve balada com os mais de 120 youtubers, movida pelo DJ Alok, de Brasília, e que também surgiu no YouTube brasileiro (então, perto de 200 mil inscritos em seu canal). Não faltou bebida e, evidentemente, gente bêbada. Conta-se que o youtuber Guilherme Coelho, do canal MateiFormiga (3 milhões de fãs26), foi até parar no hospital para tomar glicose na veia e, assim, aliviar os efeitos do álcool. Youtubers adoram fofocas de youtubers. Assim como seus fãs.
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LEIA MAIS no livro O Clube dos Youtubers, do jornalista Filipe Vilicic
A festa dos 120 youtubers Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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