Devido ao uso de glitter e outros produtos na pele e no cabelo e o consumo de alimentos diferentes no Carnaval, as crises de alergias podem se multiplicar nessa época do ano. Mas, tomando alguns cuidados, dá aproveitar a festa sem sofrer com coceira, vermelhidão, falta de ar… Seja pulando no bloco, seja curtindo uma praia, saiba como se proteger:
Alergias provocadas por cosméticos e adereços
De acordo com a alergista Alexandra Sayuri Watanabe, diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), uma das reações alérgicas mais comuns desse feriado é a dermatite de contato, que deixa a pele irritada e avermelhada.
“Maquiagem colorida, tinta, spray de cabelo e purpurina podem desencadear reações no local de aplicação. E principalmente no rosto, onde a pele é mais fina”, aponta a especialista.
Há também as crises respiratórias, frequentes em quem já sofre com asma ou outros problemas que provocam falta de ar. “Elas são decorrentes da ação de sprays fixadores de penteado ou maquiagem com cheiro forte”, explica Alexandra.
Para evitar essas chateações, compre produtos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Muita gente pensa que, como só vai usar os itens nessa época, não tem problema pegar os mais baratos e sem qualidade”, contextualiza a alergista.
E nada de compartilhar esses itens com outras pessoas, combinado?
Quando se trata de maquiagens, glitter e afins, ainda é necessário passar hidratante e protetor solar antes. No fim da festa, limpe a pele direitinho.
Vai recorrer à make do carnaval passado? Não deixe de verificar a consistência e a data de validade. “O banheiro, cômodo onde normalmente se guarda essas coisas, tem umidade, o que gera um ambiente para proliferação de fungos. Por isso, conserve os produtos sempre em um local seco”, orienta a diretora da Asbai.
Se ainda assim a dermatite aparecer, remova a maquiagem imediatamente e lave com água e sabonete neutro — os cosméticos com alto poder de fixação vão precisar de um demaquilante. “Caso o quadro persista ou piore, procure ajuda médica”, indica Alexandra.
Lembre-se de que, mesmo tomando todos os cuidados, é possível que a alergia de pele surja. “Ainda mais na presença de suor e calor. São respostas do organismo bastante imprevisíveis”, relata a profissional. O jeito é lidar com os sintomas e conversar com um médico.
Agora um recado para quem vai levar os filhos para a folia: crianças devem utilizar cosméticos específicos para a faixa etária delas.
E as alergias alimentares?
Quem prefere passar o Carnaval na praia acaba consumindo mais peixes e frutos do mar. Acontece que alguns desses alimentos são capazes de provocar uma reação desagradável. O camarão é campeão nesse quesito.
“As pessoas com histórico de alergia naturalmente precisam ter mais cautela”, aponta a expert. No entanto, mesmo quem nunca sofreu com essa chateação eventualmente a experimentará no futuro.
Voltando ao exemplo do camarão: esse crustáceo filtra água do mar para se alimentar — aí, às vezes engole uma boa dose de toxinas, que podem estimular uma crise alérgica no seu organismo.
Além de não abusar desses pratos, é bom verificar se o estabelecimento (ou barraca) usa o mesmo óleo e os mesmos talheres para cozinhar tanto os frutos do mar como outros alimentos, a exemplo de pastel ou batata frita. Se isso ocorrer, pessoas alérgicas podem apresentar crises pela chamada contaminação cruzada.
Caso surjam sintomas como placas avermelhadas na pele, coceira, inchaço nos lábios e falta de ar após a refeição, vá ao pronto-socorro rapidamente.
Curta o carnaval sem alergias de pele ou alimentares Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br
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