Se a humanidade um dia quiser criar raízes fora da Terra, terá que aprender a extrair minérios de outros corpos celestes. A boa notícia é que recursos do tipo existem aos montes também em outros cantos da galáxia. Já sabemos que asteroides – e mesmo a Lua – são ricos em metais e minerais importantes para nossa civilização. Se dominamos a tecnologia necessária para explorá-los em quantidade suficiente, aí já é outra história.
Com o intuito de desenvolver novas técnicas e obter insights que podem ser decisivos para a abertura dessa nova fronteira, pesquisadores criaram experimentos de mineração espacial que acabam de chegar à ISS (Estação Espacial Internacional).
Eles partiram a bordo de um Falcon 9, nave da SpaceX, na última quinta (25) e foram desenvolvidos ao longo dos últimos 10 anos por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia. O objetivo dos protótipos é testar como certos tipos de micróbios podem ser utilizados para ajudar a extrair minérios das rochas espaciais. É isso mesmo que você leu, micróbios.
A chamada “biomineração” é uma alternativa comum aqui na Terra: micróbios diversos são aproveitados pela indústria pois facilitam a obtenção de substâncias valiosas. Minérios como ferro, cálcio e magnésio são retirados das rochas pelo simples funcionamento natural do metabolismo desses microrganismos. Os experimentos pioneiros pretendem investigar como a ausência de gravidade do espaço afeta os superpoderes mineradores dos bichinhos.
Astrobiólogos britânicos desenvolveram reatores de biomineração que têm o tamanho de caixas de fósforo. Dezoito deles foram lançados para a estação espacial. Astronautas irão adicionar pedacinhos de basalto, tipo de rocha bastante comum na Lua e em Marte, em cada um dos dispositivos, onde vão se misturar a uma solução rica em bactérias. As condições ali dentro pretendem simular como se os micróbios estivessem minerando no planeta vermelho ou em um asteroide. Conforme eles prosperam e formam colônias, criam camadas nas superfícies que são chamadas de biofilmes – o que pode oferecer informações sobre como se reproduzem no espaço.
Após três semanas operando em órbita, os experimentos serão mandados de volta à Terra para que a equipe escocesa analise os resultados em um laboratório da Universidade Stanford, nos EUA. Espera-se que o estudo também forneça informações relevantes sobre o crescimento dos biofilmes e a biomineração aqui na Terra. Quem diria que os micróbios não poderiam ser grandes aliados para nos ajudar na conquista do espaço?
Astronautas testarão primeiros experimentos de mineração espacial Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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