Daqui a alguns meses, em abril de 2020, o Hubble vai completar impressionantes 30 anos no espaço. De lá para cá, além de obter fotos de tirar o fôlego do nosso Sistema Solar, da galáxia e do Universo distante, o instrumento que é um dos mais icônicos da ciência foi o pivô de descobertas revolucionárias. Segue a todo o vapor e deve continuar por bons anos. Mas, convenhamos, ele já está meio velhinho e defasado — é hora de dar um passo além.
É exatamente para isso que a Nasa tem trabalhado duro ao longo das últimas duas décadas no telescópio espacial James Webb, destinado a suceder o Hubble e seu legado inestimável para a pesquisa astronômica. Com um custo estimado em US$ 10 bilhões e muitos atrasos na bagagem, é um projeto extremamente sofisticado e ousado para investigar o Universo na radiação infravermelha. Parece que, finalmente, a construção do Webb está na reta final.
Com lançamento previsto para 2021, a Nasa e seus parceiros internacionais, as agências espaciais europeia (ESA) e canadense (CSA), e a empresa Northrop Grumman, fabricante do telescópio, estão se agilizando para concluir sua montagem. Pela primeira vez nesta semana, a metade superior e a inferior foram integradas em uma estrutura só — como deve ser quando estiver operando no espaço. Mas ainda faltam algumas etapas.
Um guindaste transportou o delicado arranjo de espelhos banhados a ouro e instrumentos científicos para cima de uma outra parte que já havia sido montada: a espaçonave em si e um escudo protetor contra a luz solar. Foi só a junção mecânica das duas metades. Falta agora conectar seus sistemas elétricos e verificar se está tudo funcionando direitinho. Ou seja, ainda resta um longo caminho pela frente até que o Webb esteja, enfim, pronto.
Mesmo assim, há muito o que comemorar. “A montagem do telescópio e de seus instrumentos científicos, escudo solar e espaçonave em um único observatório representa uma conquista incrível de todo o time do Webb”, celebrou em comunicado Bill Ochs, gerente do projeto no centro Goddard, da Nasa. “Esse marco simboliza o esforço de milhares de pessoas dedicadas por mais de 20 anos”, reforça o supervisor.
O próximo passo será testar a abertura completa do intrincado escudo solar, que consiste de cinco camadas pensadas especialmente para proteger os delicados componentes do telescópio do calor emanado do Sol, da Terra e da Lua por meio da luz infravermelha. Sem ele, seria impossível que a missão obtivesse sucesso. Cada pedaço do Webb foi testado individualmente para simular os rigores que enfrentarão em todas as etapas até o espaço.
Agora que está montado, o observatório passará por mais uma bateria de testes para garantir que tudo corra bem. Será uma década de ouro para a astronomia, com grandes telescópios resolvendo alguns dos maiores mistérios do Sistema Solar e do Universo. Há boas chances de que encontrem uma segunda Terra ao redor de uma estrela distante, ou mesmo vida em outros planetas. Definitivamente, o Hubble será sucedido em grande estilo.
O mastodôntico telescópio do futuro foi montado pela primeira vez Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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