quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Arqueólogos desenterram um bar da era viking numa ilha escocesa

Apesar de há séculos o Reino Unido não estar mais sob domínio dos povos escandinavos, muitos lugares das ilhas britânicas ainda carregam influências nórdicas. A história começou com uma incursão violenta no mosteiro de Lindisfarne, em 793, os vikings passaram mais de três séculos invadindo, saqueando e estabelecendo colônias na Grã Bretanha. Uma delas ficava nas belas Ilhas Orkney, noroeste da Escócia.

Com base em relatos históricos e textos medievais, especialistas acreditam que o selvagem e remoto arquipélago era a base de um temido guerreiro e governante viking chamado Sigurd no século 12. Um dos escritos da época que ajuda a entender melhor o passado da região está contido nas chamadas sagas islandesas. O texto dizia que Sigurd vivia na ilha de Rousey, mais especificamente em uma área chamada de Westness.

Por mais de 700 anos, inclusive, essas ilhas fizeram parte dos reinos nórdicos, até serem devolvidas para a Escócia pelo rei da Dinamarca. E o nome de um dos lugares de Westness sempre intrigou: Skaill. Isso porque, em nórdico antigo, essa palavra quer dizer “hall”, os salões que os vikings mais abastados costumavam frequentar para encher a cara. Por isso suspeitavam que ali, abaixo da terra, havia alguma espécie de “pub” daqueles tempos.

Durante escavações conduzidas ao longo dos últimos meses, arqueólogos localizaram um antigo edifício que tudo indica se tratar do tão buscado bar milenar. Abaixo de uma fazenda, eles localizaram as bases da estrutura que reunia grandes blocos de pedra. Estimam que o salão, que mede 13 metros por 5,5 metros, tenha existido entre os séculos 10 e 12.

Ou seja: bate com o período de dominação de Sigurd. Parece que, ali, entre uma batalha e outra, o guerreiro reunia seus companheiros para socializar e tomar poucas e boas. Como o próprio nome sugere, Skaill era o boteco preferido do líder viking. A equipe também encontrou outras peças valiosas no local, como cerâmica, um pente de osso e lixões.

Isso mesmo, lixões: locais onde os antigos habitantes despejavam todo tipo de resíduo, de cocô a restos de alimentos. Arqueólogos vibram de emoção quando encontram essas antigas pilhas de excrementos e restos indesejados. É que, conduzindo estudos e análises do material encontrado ali, é possível extrair uma riqueza de informações, desde a evolução de hábitos alimentares, até a forma como aquelas sociedades plantavam e pescavam. Skol!


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