sexta-feira, 6 de março de 2020

É hora de conscientizar os brasileiros sobre o mieloma múltiplo

Em agosto de 2011, um formigamento nos pés, que para mim não passava de um problema de circulação, me levou ao médico e ao diagnóstico de mieloma múltiplo. Trata-se de um câncer na medula óssea, raro e desconhecido pela população — inclusive por grande parcela da sociedade médica.

Devo a descoberta da doença à minha esposa, que insistiu para que eu buscasse uma avaliação médica. Nós, homens, somos muitas vezes resistentes e relapsos no quesito saúde.

Entre o incômodo e o diagnóstico foram três meses. Infelizmente, não é o que acontece com a maioria dos pacientes. Por ser um câncer desconhecido e seus sintomas se assemelharem muito aos de doenças comuns, é frequente que os sinais do problema sejam ignorados e, assim, não chegamos ao diagnóstico no tempo adequado.

Eu passei por quimioterapia, radioterapia e transplante autólogo de medula óssea. Estou bem, não faço uso de medicamentos desde dezembro de 2013 e apenas mantenho o acompanhamento clínico a cada três meses. Porém, essa condição é privilégio de poucos. O desconhecimento da doença retarda o diagnóstico e, consequentemente, agrava o estado de saúde do paciente.

Como forma de agradecimento por receber o diagnóstico precocemente, desde maio de 2012 minha esposa e eu realizamos um trabalho social para divulgar a doença nos mais variados meios de comunicação.

O mieloma múltiplo representa 1% de todos os tipos de câncer e 10% dos tumores hematológicos. Ele se desenvolve na medula óssea devido ao crescimento descontrolado de um tipo de glóbulo branco (célula de defesa), os plasmócitos.

Elenco alguns sinais e sintomas do problema:

  • Cansaço e fraqueza devido à anemia
  • Infecção urinária ou nas vias aéreas que ocorre constantemente
  • Fraturas espontâneas
  • Dor óssea, com mais frequência nas costas e no peito
  • Deficiências do sistema imunológico
  • Níveis elevados de cálcio no sangue
  • Concentração alta de proteínas no sangue e/ou na urina

Em caso de suspeita ou dúvida, procure um médico. O diagnóstico é feito, em geral, por um hematologista. Para saber mais e acompanhar nosso trabalho de conscientização, acompanhe a Associação Brasileira de Mieloma Múltiplo em nosso site e nos nossos canais no Facebook, no Instagram e no YouTube.

* Rogério de Sousa Oliveira é paciente, advogado na área da saúde e presidente da Associação Brasileira de Mieloma Múltiplo (ABRAMM)


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