sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Coronavírus melhorou ou piorou a alimentação? Depende do seu grupo social

O coronavírus virou a vida do brasileiro de cabeça pra baixo — e a alimentação não é exceção. Só que, enquanto dois estudos sugerem melhorias nos hábitos à mesa no Brasil, outro aponta pioras. Por que conclusões tão discrepantes? E o que tirar de cada levantamento?

Comecemos pela pesquisa NutriNet, conduzida no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP). Os experts colheram respostas sobre a dieta de brasileiros entre os dias 6 de janeiro e 15 de fevereiro de 2020 e, depois, repetiram o processo entre o 10 e o 19 de maio. Ou seja, há informações de antes e depois da pandemia.

A investigação revela aumentos pequenos, mas significativos, no consumo de verduras e legumes (de 87,3% para 89,1%), frutas (de 78,3% para 81,8%) e leguminosas (de 53,5% para 55,3%).

Essa tendência positiva é reforçada por uma enquete mais recente (feita de 22 de setembro a 6 de outubro), encomendada pela Herbalife Nutrition e conduzida pela One Poll. A “Pesquisa Global Sobre Hábitos Alimentares na Pandemia” abordou 28 mil pessoas de 30 países (mil são daqui) e indica que 50% dos brasileiros afirmaram estar consumindo mais frutas e verduras após a chegada da Covid-19. Já 45% disseram que vem ingerindo mais itens à base de plantas e 43% alegaram reduzir o espaço da carne no cardápio.

O outro lado da dieta nacional

Já um terceiro estudo, a ConVid Pesquisa de Comportamentos, traz conclusões diferentes. A partir de questionários preenchidos por 44 mil brasileiros, os cientistas notaram uma maior dificuldade de consumir alimentos saudáveis cinco vezes ou mais por semana. O trabalho, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Minas Gerais, conclui:

• 33% das pessoas afirmaram consumir legumes e verduras cinco vezes ou mais na semana durante a pandemia, contra 37,3% antes dessa crise
• No caso das frutas, o número caiu de 32,8% para 31,9%
• Quanto às leguminosas, 31,9% disseram comê-las cinco vezes ou mais por semana durante a pandemia. Mas 32,8% alegaram que tinham esse hábito positivo antes do desembarque do coronavírus

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Além disso, a pesquisa revela um crescimento no consumo de alimentos ultraprocessados, que são ligados a diferentes problemas de saúde:

• 10% dos voluntários admitiram ingerir congelados (como pizzas, lasanhas e pratos prontos) em dois ou mais dias na semana antes da pandemia. A taxa aumentou para 14,6% durante a pandemia
• Quando o assunto são salgadinhos de pacote, o índice subiu de 9,5% para 13,2%
• Por fim, o consumo de doces (que incluem chocolates, biscoitos e pedaços de tortas ou bolos) foi de 41,3% para 47,1%.

Parte dessa diferença entre os estudos pode ser explicada pela forma com a qual os pesquisadores questionaram os voluntários. Ora, métodos diferentes trazem dados diferentes.

Mas outro ponto importantíssimo é o perfil dos entrevistados — e daqui podemos tirar ensinamentos. O próprio relatório do estudo NutriNet, da USP, admite que o trabalho da Fiocruz selecionou um grupo de respondentes com características sociodemográficas mais representativas de toda a população adulta do Brasil.

No caso da NutriNet, 78% do público analisado era composto por mulheres e quase 80% morava no Sul e no Sudeste. Conclusão: estamos falando de um grupo mais feminino e rico do que a média nacional.

Isso sugere que as mulheres podem se cuidar melhor em tempos de pandemia e que o dinheiro é importante para manter a alimentação saudável, especialmente numa crise que afetou a economia.

A habilidade feminina de não deixar o coronavírus sabotar a dieta parece ser confirmada por outro estudo da USP — esse conduzido pela Faculdade de Medicina da instituição. Focado apenas em mulheres (74,5% da região Sudeste), ele coletou respostas de 1 183 participantes entre junho e setembro de 2020. Os dados mostram que elas estão cozinhando mais, abandonando dietas radicais e reduzindo a ingestão de álcool.

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Enquanto o remédio não vem

Quando abre os olhos todos os dias pela manhã, Carlos Eduardo Baptista fica com a visão turva. Minutos depois, se estabiliza, mas não o suficiente para digitar no teclado do celular. Percebe que enxerga cada vez menos e passou a responder com mais frequência às mensagens com recurso de voz. Diagnosticado há cinco anos com diabetes tipo 2, Carlos convive com o medo de um dia acordar cego.

O edema macular diabético (EMD) pode ocorrer em qualquer fase da retinopatia diabética, a complicação ocular mais comum em quem tem a doença e a principal causa de cegueira irreversível em pessoas com idade ativa. Tem caráter progressivo. Durante muito tempo, a terapia padrão foi de fotocoagulação focal, que usa o calor de um laser para selar os vasos sanguíneos na retina. Atualmente, o tratamento que se mostra mais eficiente é com antiangiogênicos, de acordo com guias mundiais de tratamento. Em novembro de 2019, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia – Conitec – do Ministério da Saúde incorporou um dos antiangiogênicos disponíveis comercialmente no Brasil, o aflibercepte (Eylia®), e agregou ao Sistema Único de Saúde (SUS) o referido tratamento do componente especializado. A decisão do Ministério foi publicada por meio da portaria nº 50, de 5 de novembro de 2019, no Diário Oficial da União (DOU). Pela resolução do Ministério da Saúde, o medicamento estaria disponível à população em 180 dias a partir da data da publicação do ato administrativo, ou seja, para aflibercepte: julho de 2020. Após um ano, resolvido? Não. Um atraso angustiante para quem conservou alguma esperança no acesso gratuito como paciente.

Para que os hospitais e centros de referência possam aplicar a injeção intravítrea de Eylia com segurança é necessário que o Ministério da Saúde publique também um PCDT, Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas. E foi nessa etapa que emperrou a oferta do remédio, produzido pela Bayer. Silvia Sfeir, diretora de acesso da empresa no Brasil, afirma que a multinacional “tem feito todos os esforços para apoiar as ações junto ao governo no sentido de disponibilizar a droga para atender os pacientes do SUS tão logo o PCDT seja publicado, evitando, assim, que muitas pessoas venham a perder a visão de forma permanente”. Todos os processos regulamentares de incorporação foram praticados pelo Ministério da Saúde: submissão, análise, consulta pública e discussão em plenárias da Conitec. Inclusive com a dotação orçamentária nos planos anuais 2020 e 2021 definidos, com recursos pactuados com as esferas municipal, estadual e federalA porta-voz diz que a Bayer vem sistematicamente buscando dialogar com o Ministério da Saúde para verificar as razões da não publicação do referido Protocolo Clinico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) e assim o cumprimento dos prazos para disponibilização de aflibercepte no SUS, e as respostas são de que o mesmo será publicado, porém isso não acontece.

O Ministério da Saúde aprovou e disponibilizou o PCDT para o tratamento de Retinopatia Diabética, incluindo aflibercepte para o tratamento do Edema Macular Diabético, para consulta pública em fevereiro de 2020. O protocolo foi aceito pelas sociedades médicas e de pacientes com cerca de 3.000 contribuições favoráveis em sua consulta pública. A partir da validação dessas contribuições, ocorrida em junho deste ano, faltaria – apenas – a assinatura da portaria que autoriza o PCDT para que entrasse em vigor. Em nota, o Ministério da Saúde informou: 

“Está em trâmite interno atualmente a criação de um PCDT para Edema Macular Diabético. A ausência, no entanto, não impede que o medicamento seja incorporado ao SUS e, no caso em questão, o medicamento está incorporado ao SUS. Cabe ressaltar que, independentemente dos processos de incorporação e efetivação da oferta de tecnologias em saúde no SUS, os gestores estaduais e municipais têm autonomia para ofertar aos seus pacientes o medicamento aflibercepte”.

Mas a própria Conitec, vinculada ao Ministério da Saúde, explica a necessidade do PCDT, no Relatório de Recomendação, de 90 páginas, publicado com a decisão da incorporação de aflibercepte ao SUS: 

“São documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. Devem ser baseados em evidência científica e considerar critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas”.

O Relatório de Recomendação ainda expressa na decisão:

“Incorporar o aflibercepte para o tratamento de pacientes com edema macular diabético, condicionado à negociação de preço a partir da proposta apresentada pelo demandante e à elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. Dada pela Portaria nº 50, publicada no Diário Oficial da União nº 215, seção 1, página 195, em 06 de novembro de 2019”.

Nesse jogo de empurra-empurra, é Carlos quem vai perdendo a visão. A expectativa pela injeção intraocular de aflibercepte, que apresenta em países europeus resultados significativos na reversão de perda de acuidade visual, logo virou decepção. Desempregado, não tem feito nenhum tipo de prevenção para barrar a cegueira. O único tratamento – possível para ele no momento – é o controle do diabetes e da pressão arterial. Carlos vai recorrer à Justiça. 

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“Ao descumprir uma regra que o governo deu pra si mesmo, acaba frustrando pacientes que convivem com doenças crônicas e hospitais que precisam mudar protocolos de conduta.” A indignação é do advogado sanitarista Tiago Farina Matos, empenhado em garantir direitos de quem padece da demora do governo. O prazo frustrado do Estado afeta a vida dos dependentes de medicamentos de alto custo, como a de Tania Moyses, diagnosticada há dois anos com retinopatia diabética e edema macular diabético. Tem dia em que a visão está boa, tem dia em que piora. Com a dificuldade para enxergar, anda tropeçando nas coisas. Tania iniciou sessões em hospital particular para tratar o edema com laser, até que pesou no orçamento, e ela agora tem esperança que consiga no SUS. Vivendo na incerteza do tratamento, doentes crônicos recorrem à Justiça. O processo é lento e quem acaba “punido” é o paciente. Mesmo quando decisões judiciais são tomadas, a demora no início da terapia – não poucas vezes – resulta em sequelas graves. O timing do Estado, definitivamente, não está ajustado aos prazos de quem corre contra o tempo. Pacientes que enfrentam outras doenças crônicas também se queixam da demora do Estado. O endocrinologista Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad), relaciona as mortes por Covid-19 a atrasos de medicamentos que ainda não foram distribuídos gratuitamente: “Teríamos muito menos mortes por Covid-19 no Brasil se o governo tivesse já os incorporado no SUS”. Um dos entraves, segundo o médico, é a mudança de ministros e secretários executivos do Ministério da Saúde. Cada vez que muda um auxiliar do presidente Jair Bolsonaro, o diálogo volta à estaca zero. “Muitas vidas poderiam ter sido poupadas se o remédio estivesse disponível”, lamenta o presidente da Anad. A Sociedade Brasileira de Cardiologia divulgou um estudo que aponta que as mortes por doenças cardiovasculares aumentaram 70% este ano durante a pandemia.

O advogado Tiago Farina lembra que, embora a Conitec tenha sido criada em 2012, apenas quatro meses atrás as reuniões gravadas começaram a ser disponibilizadas para entidades da sociedade civil que reivindicam direitos de pacientes darem continuidade a terapias na rede pública. Se há oferta publicada no Diário Oficial, o paciente cobra o médico, que cobra o hospital. Investigando a raiz do problema, Farina indaga: “Se o Ministério da Saúde não tem o dinheiro, por que incorpora um medicamento? Se tem a verba, então está gerenciando mal essa questão. Ou não soube negociar valores com o fabricante. O fato é que o remédio não chega ao paciente”, critica Farina. “A Covid-19 desencadeou a morte de portadores de diabetes. Sem dúvida, o vírus foi a causa desencadeante para as mortes”, analisa o dr. Fadlo.

Custo

O Ministério da Saúde não respondeu ao nosso questionamento sobre se a eventual falta de recursos está atrasando o processo. O Relatório de Recomendação do remédio informa que o “preço proposto para a incorporação, Preço Máximo de Venda ao Governo (PMVG), do Eylia Solução injetável 40 mg/mL é de R$ 1.159,52”. A análise demonstrou que “a incorporação pode promover economia de até R$ 903 milhões em 5 anos acumulados. (…), demonstrando no cenário considerado mais próximo à realidade do Sistema Único de Saúde um impacto orçamentário incremental de aproximadamente R$ 223,4 milhões no primeiro ano e R$ 665,7 milhões após cinco anos”.

Maior que o impacto orçamentário da incorporação do remédio é a perda da visão. Pacientes com EMD sem tratamento podem apresentar consequências, como a cegueira, que podem ocasionar mais custos totais ao sistema. De acordo com estudos internacionais, a cegueira apresenta grande impacto na sociedade, não apenas pela grande carga emocional e física ao paciente, mas também pelo enorme peso econômico. O Ministério da Saúde fez um levantamento sobre os gastos médicos da cegueira. Calcula-se que o valor é de R$ 36.791 por evento. Também cabe mencionar que a pessoa cega acaba se aposentando precocemente em idade ativa, tornando-se dependente de familiares, perdendo qualidade de vida e onerando ainda mais a Previdência Social.

Espelho para o mesmo problema

Iracema Miguel, de 43 anos, convive há três décadas com o diagnóstico de asma grave e um quadro de falta de ar cotidiano. Nesse mesmo período, iniciou um tratamento à base de corticoides e, todos os anos, passa por até três internações por conta de sintomas como extrema dificuldade de ventilação pulmonar ou respiração muito rápida, cianose, tosse, chiado e peito inflamado. Diante disso, os médicos responsáveis por Iracema receitaram a aplicação mensal do medicamento omalizumabe, conhecido como Xolair, da farmacêutica Novartis, que teve em 2019 uma resposta positiva da Conitec quanto à sua incorporação ao SUS, por meio da portaria nº 64, assinada no dia 27 de dezembro de 2019. Desde março deste ano, a atualização do PCDT para o tratamento de asma grave está em andamento sem previsão de conclusão. No total, somam-se 318 dias de atraso para que o remédio seja parte da tabela do Sistema Único de Saúde.

Segundo o doutor Rafael Stelmach, presidente da Fundação ProAr e professor doutor da Divisão de Pneumologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o Xolair já é utilizado há quase uma década no laboratório de asma do HCFMUSP, local onde Iracema faz seu acompanhamento. “O omalizumabe já está no mercado brasileiro há algum tempo e está disponível em algumas instituições de saúde suplementar e hospitais públicos de referência. Esse atraso não é apenas de dias, mas de anos de possibilidade de melhores tratamentos para a população. Nesse atraso histórico que já vivemos, a população que mais precisa fica sem acesso e os pacientes vão piorando, até que alcancem a forma grave da doença. Só tem acesso ao tratamento adequado, então, quem pode arcar com uma a duas aplicações mensais do remédio ou quem recorre à judicialização”, conta Stelmach.

Por conta dessa disparidade cronológica de acesso e qualidade de vida, Iracema espera há dois anos pelo momento em que terá suas injeções disponíveis. “Sinto um misto de esperança e frustração por estar há tanto tempo esperando por algo que pode melhorar minha vida”, desabafa. Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia apontam que 20 milhões de pessoas convivem com asma no Brasil e cerca de 3% a 7% desse grupo desenvolve a forma grave da doença. “A incorporação de imunobiológicos – classe à qual o omalizumabe faz parte – pode representar a diferença entre viver e morrer. O impacto na qualidade de vida é imenso, mas podemos considerar os impactos sociais e econômicos que ela apresenta, porque esse tratamento – que é comparado com uma roupa sob medida, pois atua diretamente na causa do quadro inflamatório – devolve a produtividade a quem o utiliza, reduzindo o número de medicamentos diários e internações. A vida de muitas pessoas pode ser mudada por uma pressão popular porque pede apenas o cumprimento de uma regra e por isso nossa luta é tão importante. Queremos garantir o direito de viver com qualidade”, diz a presidenta da Associação Brasileira de Asmáticos, dra. Zuleid Mattar.

Enquanto o remédio não vem, a vida de quem precisa de um medicamento de alto-custo também ganha uma outra contagem e, por isso, crescem os processos de judicialização. No prazo de 180 dias, determinado pelo próprio Poder Executivo para que um remédio chegue à população, é prevista a abertura de licitações públicas com fornecedores. Contudo, o critério de emergência ao qual se aplica a disponibilização de um remédio via judicial ultrapassa a barreira da transparência quanto à escolha de uma empresa. Para Paulo Benevento, advogado sanitarista e consultor jurídico do Grupo AME/CDD (Amigos Múltiplos pela Esclerose e Crônicos do Dia a Dia), tais compras, então, são feitas por contratação direta. “Os gestores – federais, estaduais e municipais –, quando deparam com a necessidade de adquirir rapidamente determinado remédio, publicam, então, extratos de dispensa de licitação com a única justificativa de emergência. Isso é uma constância em todos os casos que estudamos. Mas penso que emergência ou calamidade pública são cenários muito diferentes do que vemos como uma tendência na incorporação de medicamentos de alto custo. Como a urgência pode existir se tratando de um remédio já deveria estar disponível para a população em todo o país há muito tempo, cujo o prazo de 180 dias já se esgotou há 300, 400 dias? Não há uma emergência, e sim um descumprimento”, conclui.

 

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Vivian Costa pesquisa moléculas com potencial para tratar dengue

Saber se um paciente terá um quadro leve ou grave de covid-19 é a pergunta de um milhão de dólares desta pandemia. Conhecemos alguns agravantes, como a obesidade, idade avançada e doenças crônicas, mas ainda não há como prever como o corpo de cada pessoa vai reagir ao vírus. 

O mesmo vale para a dengue. A doença saiu das atenções da mídia gracas à pandemia, mas continua deixando 400 milhões de pessoas doentes por ano em todo o mundo. Enquanto alguns pacientes apresentam sintomas leves, outros desenvolvem quadros gravíssimos, que podem levar à morte. A que se deve essa diferença? Não tanto ao vírus em si, mas à maneira como lidamos com ele. 

Quando alguém é infectado por um vírus, espera-se que organismo reaja para eliminar a ameaça. Essa é a tal da resposta inflamatória – que possui intensisdades diferentes em cada indivíduo e se manifesta na forma de alguns sintomas clássicos, como a febre (pois é: a febre não é algo causado pelo agente infeccioso. Na verdade, é uma tentativa do seu corpo de transformá-lo em torrada).  

Nosso corpo é capaz de nos curar sem auxílio de remédios na maioria dos causos – mas precisa saber a hora de apertar o freio da inflamação. Se a reação passar dos limites, nossas células de defesa acabam danificando órgãos e tecidos saudáveis, que não têm nada a ver com a história. 

A pesquisadora Vivian Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), usa a analogia do freio para descrever as chamadas moléculas pró-resolutivas. Elas são produzidas por nosso próprio organismo e cuidam de não deixar a inflamação alcanar níveis exacerbados, que piorem o quadro de saúde em vez de melhorá-lo. 

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No mundo ideal, a quantidade de moléculas pró-resolutivas produzidas por nós deveria bastar para manter a reação inflamatória na rédea curta. Mas há variáveis que podem diminuir a presença delas – e o próprio vírus têm meios de interromper sua produção.

Vivian analisou o plasma sanguíneo de pessoas com quadros leves e graves de dengue para tentar descobrir algumas dessas variáveis. Sua equipe percebeu que pacientes com formas mais danosas da doença produziam uma quantidade menor de Anexina A1, nome de uma das moléculas pró-resolutivas.

O próximo passo foi sintetizar a Anexina A1 em laboratório e introduzir a molécula como um medicamento em camundongos infectados pelo vírus. Dessa forma, está sendo possível verificar se a molécula cumpre seu papel de freio em modelos animais, diminuindo a inflamação no organismo. Se der certo, teremos uma molécula promissora para futuros testes em humanos. 

Um diferencial da pesquisa de Vivian é que ela utiliza camundongos manipulados com engenharia genética para expressar certas partes do genoma de maneira semelhante a nós. Isso é importante porque aproximadamente 40% dos medicamentos aprovados nos testes em animais comuns acabam não funcionando em humanos. Usar um organismo humanizado – esse é o nome da prática no jargão – diminui as chances de um falso positivo. 

Outra vantagem é que, como essas moléculas são produzidas pelo corpo naturalmente – o problema é só a quantidade –, há bem menos chance de haver efeitos colaterais.

Vivian Costa é docente da UFMG. Com a pandemia, ela voltou seus estudos à Covid-19 também. A pesquisadora pretende avaliar quais moléculas pró-resolutivas podem estar associadas ao agravamento da doença. O trabalho rendeu a ela o Prêmio Para Mulheres na Ciência de 2020, concedido pela L´Oréal, Academia Brasileira de Ciências e Unesco.

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Vivian Costa pesquisa moléculas com potencial para tratar dengue

Saber se um paciente terá um quadro leve ou grave de covid-19 é a pergunta de um milhão de dólares desta pandemia. Conhecemos alguns agravantes, como a obesidade, idade avançada e doenças crônicas, mas ainda não há como prever como o corpo de cada pessoa vai reagir ao vírus. 

O mesmo vale para a dengue. A doença saiu das atenções da mídia gracas à pandemia, mas continua deixando 400 milhões de pessoas doentes por ano em todo o mundo. Enquanto alguns pacientes apresentam sintomas leves, outros desenvolvem quadros gravíssimos, que podem levar à morte. A que se deve essa diferença? Não tanto ao vírus em si, mas à maneira como lidamos com ele. 

Quando alguém é infectado por um vírus, espera-se que organismo reaja para eliminar a ameaça. Essa é a tal da resposta inflamatória – que possui intensisdades diferentes em cada indivíduo e se manifesta na forma de alguns sintomas clássicos, como a febre (pois é: a febre não é algo causado pelo agente infeccioso. Na verdade, é uma tentativa do seu corpo de transformá-lo em torrada).  

Nosso corpo é capaz de nos curar sem auxílio de remédios na maioria dos causos – mas precisa saber a hora de apertar o freio da inflamação. Se a reação passar dos limites, nossas células de defesa acabam danificando órgãos e tecidos saudáveis, que não têm nada a ver com a história. 

A pesquisadora Vivian Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), usa a analogia do freio para descrever as chamadas moléculas pró-resolutivas. Elas são produzidas por nosso próprio organismo e cuidam de não deixar a inflamação alcanar níveis exacerbados, que piorem o quadro de saúde em vez de melhorá-lo. 

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No mundo ideal, a quantidade de moléculas pró-resolutivas produzidas por nós deveria bastar para manter a reação inflamatória na rédea curta. Mas há variáveis que podem diminuir a presença delas – e o próprio vírus têm meios de interromper sua produção.

Vivian analisou o plasma sanguíneo de pessoas com quadros leves e graves de dengue para tentar descobrir algumas dessas variáveis. Sua equipe percebeu que pacientes com formas mais danosas da doença produziam uma quantidade menor de Anexina A1, nome de uma das moléculas pró-resolutivas.

O próximo passo foi sintetizar a Anexina A1 em laboratório e introduzir a molécula como um medicamento em camundongos infectados pelo vírus. Dessa forma, está sendo possível verificar se a molécula cumpre seu papel de freio em modelos animais, diminuindo a inflamação no organismo. Se der certo, teremos uma molécula promissora para futuros testes em humanos. 

Um diferencial da pesquisa de Vivian é que ela utiliza camundongos manipulados com engenharia genética para expressar certas partes do genoma de maneira semelhante a nós. Isso é importante porque aproximadamente 40% dos medicamentos aprovados nos testes em animais comuns acabam não funcionando em humanos. Usar um organismo humanizado – esse é o nome da prática no jargão – diminui as chances de um falso positivo. 

Outra vantagem é que, como essas moléculas são produzidas pelo corpo naturalmente – o problema é só a quantidade –, há bem menos chance de haver efeitos colaterais.

Vivian Costa é docente da UFMG. Com a pandemia, ela voltou seus estudos à Covid-19 também. A pesquisadora pretende avaliar quais moléculas pró-resolutivas podem estar associadas ao agravamento da doença. O trabalho rendeu a ela o Prêmio Para Mulheres na Ciência de 2020, concedido pela L´Oréal, Academia Brasileira de Ciências e Unesco.

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Covid-19: os cuidados para voltar aos exercícios físicos depois da cura

Os possíveis efeitos do coronavírus no sistema respiratório e, principalmente, no coração podem afetar a prática esportiva. Daí porque a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicaram um documento com orientações para o retorno seguro às atividades físicas após a infecção pelo Sars-CoV-2.

As diretrizes trazem indicações tanto para atletas profissionais como para quem se exercita em busca de saúde e diversão. Confira, abaixo, as principais recomendações.

Quando é seguro voltar aos exercícios?

De acordo com Marcelo Leitão, presidente da SBMEE e um dos criadores do trabalho, há dois pontos a considerar. O primeiro é a capacidade de transmitir a doença.

Afinal, mesmo quando os sintomas cessam, é possível que ainda haja uma carga viral no organismo capaz de infectar outros. É necessário esperar pelo menos 14 dias sem ter quaisquer sinais da Covid-19 para se considerar curado (saiba mais clicando aqui). “E o isolamento vale não apenas para a prática esportiva, mas para o convívio com outras pessoas”, completa.

A outra questão a refletir é o tamanho do estrago que o Sars-CoV-2 provocou. Casos mais graves em geral geram sequelas que demoram mais para sumirem. E cada uma dessas complicações vai exigir uma avaliação profissional para verificar quanto interferem no exercício físico.

“Independentemente de tudo isso, o retorno deve ser gradual”, orienta Leitão. Nem pense em buscar o mesmo desempenho de antes da infecção logo na primeira sessão de ginástica.

Qual a intensidade e frequência dos exercícios?

Após se livrar do coronavírus, aquela recomendação geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) continua valendo. São pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos leves a moderados por semana ou 75 minutos de atividade intensas. E duas sessões semanais de treinamento de força.

Porém, não esqueça que o retorno aos esportes tem que ser progressivo.

Orientações para quem teve Covid-19 leve ou assintomática

Os autores da diretriz defendem que, mesmo nesses casos, é bom passar por uma consulta e realizar um ecocardiograma (ECG). O exame checa o funcionamento do coração.

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Se houver alguma queixa por parte do paciente, o médico pode solicitar um teste de sangue que verifica a presença de um marcador de lesões miocárdicas, a troponina T. Se tudo estiver ok, desenha-se um plano de retomada da atividade física.

Para quem teve Covid-19 moderada e grave

Aqui é preciso um pouco mais de cautela, porque indivíduos que foram internados em decorrência da pandemia possuem um risco maior de sequelas cardíacas, como miocardite.

No documento da SBMEE e da SBC, são listados exames adicionais que podem ser realizados. O teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) seria o principal. Ele é considerado o padrão-ouro na avaliação da capacidade de ventilação dos pulmões.

“Mas a escolha dos exames mais adequados depende do quadro do paciente e das informações repassadas para o médico”, afirma Leitão.

O médico do esporte Luiz Riani, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) que não participou do estudo, acredita que os testes mais importantes após uma triagem inicial são o ecodopplercardiograma, o TCPE e, para bater o martelo, a ressonância cardíaca.

“Eu sugiro que quem pegou o coronavírus, seja qual tenha sido a gravidade, procure um médico do esporte ou cardiologista. Eles têm os conhecimentos específicos para fazer essa análise”, aconselha Riani.

Leitão acrescenta que os pacientes que chegaram a ser entubados ou tiveram lesões cardíacas comprovadas demandam supervisão mais próxima. “Eles precisam passar por um período de reabilitação que dura algumas semanas”, completa.

Acompanhamento prolongado

Principalmente quem sofreu com as formas graves e moderadas da Covid-19 deve voltar a conversa com o doutor após 60 dias (ou conforme a orientação dele). “As pessoas não devem menosprezar os sinais do corpo. Elas não estão livres de manifestações tardias”, alerta Leitão.

Caso você sinta palpitação, falta de ar ou cansaço desproporcional ao suar a camisa (ou depois disso), vá ao consultório. Isso vale mesmo para quem se livrou da Covid-19 sem sofrer muito.

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30 mil anos: bebês escavados na Áustria são gêmeos idênticos mais antigos

Uma escavação no sítio arqueológico de Krems-Wachtberg, na Áustria, revelou esqueletos de dois bebês gêmeos que morreram há 30 mil anos. Eles estavam enterrados a 5 metros de profundidade, protegidos por um enorme osso extraído do ombro de um mamute – moldado para servir de tampa para uma espécie de caixão.

Um dos gêmeos morreu logo ao nascer; o outro, cerca de 50 dias depois. A tumba foi reaberta para colocá-lo com o irmão. Uma terceira criança foi encontrada a alguns metros de distância. Não havia um osso de mamute para protegê-la – por isso, seu esqueleto está em pior estado de conservação. Foi possível, por meio de uma análise de DNA, determinar que ele era primo dos gêmeos.

A cova tinha forma oval e os bebês foram postos lá dentro “de conchinha”. Junto a eles, foram encontradas 53 miçangas feitas de osso de mamute, que costumavam formar um colar. Como as contas não apresentavam sinais de desgaste por uso contínuo, especula-se que foram esculpidas com finalidade ritualística, especialmente para o enterro.

Foi possível calcular a idade que os bebês tinham quando morreram por meio da quantificação de algumas substâncias presentes no leite materno. Elas se acumularam nos dentes do bebê que sobreviveu alguns dias após o nascimento, mas não deixaram rastros nos dentes do outro bebê, que não chegou a ser amamentado.

O artigo científico que relata a descoberta foi publicado no periódico Communications Biology, da Nature, por uma equipe com dezenas de arqueólogos de diversas universidades da Europa e dos EUA.

 

 

 

 

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Um a cada cinco idosos tem diabetes tipo 2, evitável com hábitos saudáveis

O novo coronavírus poderá deixar sequelas físicas até mesmo em quem não foi contaminado. A mudança de hábitos imposta – ou justificada – pelas restrições da pandemia tende a agravar algumas doenças normalmente combatidas por bons hábitos. É o caso do diabetes. Dia 14 de novembro, aliás, é o Dia Mundial do Diabetes.

Para muitos, o #ficaemcasa virou um álibi para o sedentarismo e para a ingestão de comidas calóricas e pouco nutritivas, fatores que aumentam o risco de ganho de peso. É curioso como as pessoas em geral têm medo de doenças cujo ponto de partida é a obesidade, mas negligenciam o excesso de quilos como se ele significasse apenas uma questão estética. A maioria dos casos de diabetes tipo 2 – versão mais comum da doença, que está associada a um processo de resistência à insulina – está relacionada com hábitos de vida não saudáveis.

De acordo com a última edição do Atlas Mundial do Diabetes, mais de 16 milhões de brasileiros possuem esse problema. Nosso país é o quinto com maior incidência, perdendo apenas para Estados Unidos, Índia, China e Paquistão. No mundo, são 436 milhões de adultos (9% da população) com diabetes. Detalhe: 231 milhões não sabem disso.

O Estudo Epidemiológico de Informações da Comunidade – EPICO, da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), revelou que, entre mais de 9 mil pacientes de unidades básicas de saúde de 32 cidades paulistas, somente 25% apresentavam valores de glicemia dentro das metas preconizadas.

O que é o diabetes e qual seu impacto entre os idosos

Trata-se de uma doença crônica, que se caracteriza por níveis constantemente altos de glicemia. Os principais sintomas são sede, rápida perda de peso, fome constante, cansaço inexplicável, muita vontade de urinar, dificuldade para cicatrização, infecções frequentes, visão embaçada. Acontece que, principalmente no começo, essas manifestações podem ser sutis ou mesmo inexistentes. Daí porque o diagnóstico requer exames clínicos.

Além da obesidade e do sedentarismo, pressão alta, colesterol elevado ou uso de certas medicações contribuem para o desenvolvimento da doença.
O diabetes é considerado o terceiro maior fator de risco para doenças ateroscleróticas cardiovasculares, como infarto e AVC, segundo a Diretriz Brasileira sobre Prevenção de Doenças Cardiovasculares em Pacientes com Diabetes. Apesar disso, só um em cada quatro pacientes faz o tratamento de forma adequada. O impacto dessa negligência é grande: estimativas indicam que a doença está ligada a 11% das mortes ocorridas entre os 20 e 79 anos.

Justamente por estar mais sujeita aos fatores de risco, a população acima dos 65 anos é a mais propícia a desenvolver o diabetes tipo 2. A prevalência chega a 20% — cerca de um a cada cinco idosos —, o que corresponde a 5 milhões de idosos diabéticos no Brasil e 100 milhões no mundo. Estudos nacionais apontam incidência 60% maior da doença entre a população idosa na última década.

E tem outra coisa. Os efeitos naturais do envelhecimento e da redução da funcionalidade de vários órgãos, bem como a perda de massa muscular, agrava o diabetes.

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De acordo com a Diretriz de Cardiogeriatria, a mortalidade provocada pelo diabetes aumenta de acordo com faixas etárias maiores. Dos 65 aos 75 anos, cerca de 20% dos óbitos estão relacionados com a doença. Na faixa dos 75 ao 85, o índice sobe para 30%. E, após os 85 anos, atinge 35%.
Idosos com diabetes têm risco aumentado para síndromes geriátricas, como polifarmácia (uso de quatro ou mais medicamentos), déficit cognitivo, incontinência urinária, quedas e dor crônica. Vale ou não vale se precaver?

Descontrole e complicações

Quando o diabetes é negligenciado, pode deflagrar sérias complicações. Entre as principais decorrências do controle ineficiente estão: doença renal, retinopatia (cegueira, glaucoma e catarata) e má circulação nos membros inferiores, o que às vezes exige amputação, uma vez que a doença causa danos aos nervos dos pés.

E se o cigarro já é um mal, para o diabético ele potencializa os malefícios. Isso porque prejudica ainda mais a circulação sanguínea já comprometida. Alguns estudos também relacionam os baixos índices de vitamina D com o aparecimento de doenças, como o diabetes.

Dia Mundial do Diabetes

Como mencionei, ele é celebrado no 14 de novembro e tem como objetivo alertar a população sobre os riscos da doença e apontar caminhos para a prevenção e o diagnóstico precoce.

Os riscos cardiovasculares derivados do diabetes fazem com que a SOCESP também abrace a campanha. Os pacientes precisam levar à sério o controle dessa doença, que reduz em até 20% o risco de um infarto ou AVC. Além disso, o início imediato do tratamento diminui danos ao sistema cardiovascular e ao corpo como um todo.

A American Diabetes Association (ADA) recomenda que indivíduos que apresentem excesso de peso e todos os adultos com idade acima de 45 anos realizem exames clínicos (de sangue) para diabetes no máximo a cada três anos. Idosos devem fazer esses testes com intervalos menores.

A qualidade de vida, com dieta saudável e atividade física desde a infância, é o melhor caminho contra o diabetes. E vale lembrar que sempre é tempo de começar: mesmo para idosos que nunca praticaram, o início dos treinos na terceira idade traz excelentes ganhos, melhorando a massa muscular e diminuindo a fragilidade característica da faixa etária. É uma forma de criar um escudo natural contra esse e outros males.

*Ronaldo Fernandes Rosa é especialista em cardiologia e assessor científico da SOCESP

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Um a cada cinco idosos tem diabetes tipo 2, evitável com hábitos saudáveis Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br