quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Livro da Semana: “A Informação”, de James Gleick

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Existem celulares com 64 Gb, 128 Gb e até 256 Gb de capacidade de armazenamento. Qualquer pessoa com um celular – atualmente, 79% da população brasileira é dona de um – sabe, mesmo que intuitivamente, que esses números determinam quantas fotos, vídeos e apps “cabem” no aparelho. Mas o que são, na prática, gigabytes, megabytes, kilobytes, bytes e bits? Eles são como metros, centímetros e milímetros? Se são unidades de medida, medem o quê?

Em 1948, o matemático e engenheiro elétrico americano Claude Shannon criou o bit. O bit é uma unidade de medida de informação. Ele corresponde a uma escolha entre dois estados: sim ou não, preto e branco, esquerda ou direita etc. A resposta à pergunta “Você usa óculos” contém exatamente um bit, pois é uma escolha simples entre usar ou não usar (a não ser que você seja o feliz proprietário de um monóculo, mas não complique a vida da metáfora, caro leitor).

O bit é a base do código binário – a língua falada pelos computadores, tablets e celulares. Nela, tudo é representado por zeros e uns. Todas as coisas têm representações binárias. A expressão “código binário”, escrita em código binário, fica assim: 01100011 11110011 01100100 01101001 01100111 01101111 00100000 01100010 01101001 01101110 11100001 01110010 01101001 01101111.

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Você já pode imaginar que, se duas palavras se transformam em uma sequência de 112 zeros e uns nas entranhas metálicas de seu computador, então uma foto – que é incomparavelmente mais complexa – se torna uma sequência muito mais longa. De fato, a imagem deste post do Insta tem 44,8 milhões de bits. Ou, na notação mais familiar para nós, 5,6 Mb.

Quanto menor é um alfabeto, menos combinações entre letras ele permite. Quanto menos combinações são possíveis, mais letras você precisa usar em cada palavra. O código Morse é o código binário são “alfabetos” de apenas duas letras, o DNA é um “alfabeto” de quatro letras, o alfabeto latino tem mais de 20 letras. Isso significa que uma palavra escrita com poucas letras no alfabeto latino exige muito mais espaço para ser representada como DNA, código binário ou código Morse.

Para transmitir bits – fazê-los trafegar do ponto A ao ponto B – seres humanos já usaram fogueiras, tambores, telégrafos com braços, moléculas, alfabetos, dicionários e até linhas de telefone improvisadas em cercas de arame. Algumas dessas opções carregavam montes de bits, outras, apenas alguns (no caso da fogueira, há um único bit: acesa ou apagada). Um único bit de informação, uma única resposta de sim ou não, é capaz de mudar o rumo de uma guerra ou quebrar a bolsa de valores. 

No livro A Informação, o jornalista James Gleick conta como a civilização manipulou bits ao longo dos séculos – até torná-los o alicerce do mundo contemporâneo. Informação é a coisa que faz com que os átomos de carbono que compõem seu corpo estejam organizados de maneira diferente dos átomos de carbono de um lápis ou de um diamante. Também é a coisa que faz com que tijolos idênticos possam ser usados para construir uma casa, um hospital ou uma escola. Informação é ideia por trás de uma coisa, e não a coisa em si. E esse é um livro cheio de ideias, uma mais fascinante que a outra.

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