terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Não existia dieta paleo no paleolítico

Em 2016, cientistas encontraram, em uma caverna no sul da África, dezenas de pedaços de carvão sob uma grande camada de cinzas. Anos depois, o achado revelou algo interessante: os humanos que viviam ali há 170 mil anos assavam vegetais (raízes, mais precisamente) para comer.

No carvão, os cientistas identificaram fragmentos de rizoma, o caule subterrâneo de uma planta do gênero Hypoxis. Essa variedade existe até hoje, e em alguns lugares é chamada de batata africana. Seu gosto, contudo, é bem amargo, então ela acaba sendo usada para fins medicinais, e não como alimento. Acredita-se que os ancestrais cozinheiros comiam uma outra variedade da planta, mais saborosa.

Os rizomas de Hypoxis podem ser tão ricos em carboidratos quanto a batata a que estamos acostumados. E a alta quantidade de fragmentos encontrados sugere que o alimento era um item recorrente na dieta daqueles humanos. Isso pode mudar a percepção que tínhamos sobre a alimentação do Paleolítico.

Durante muito tempo, acreditou-se que os humanos coletores se limitavam a carnes e alguns vegetais. A moderna “dieta paleolítica”, que se inspira nesse período pré-histórico, exclui do cardápio tubérculos como as batatas. A nova pesquisa sugere que o menu dos nossos ancestrais, afinal, não era tão restrito assim.


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