sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

16 segredos da saga Star Wars

TENHO UM MAU PRESSENTIMENTO SOBRE ISSO
Durante os estágios iniciais de concepção do primeiro filme, George Lucas cogitou escalar anões para interpretar os personagens principais, Luke e Leia. Tudo para realçar a estranheza do universo fantástico. Depois, acabou desistindo da ideia. Mas quase derrubou a personagem da princesa, transformando Luke em mulher e tornando Leia desnecessária. A essa altura, ele não tinha pensado em fazer dos dois irmãos, muito menos filhos de Darth Vader.


SABRE DE LUZ PARA TODO MUNDO
As ilustrações e artes criadas pelo designer Ralph McQuarrie ajudaram a visualizar o incrível universo da saga muito antes que um único rolo de filme fosse usado. Elas permitiram que os executivos do estúdio visualizassem a ambiciosa produção e ao mesmo tempo definiram o estilo da cinessérie, a partir das diretrizes de George Lucas, de que os equipamentos e naves deveriam aparecer “gastos”, dando a sensação de que aquele era um mundo habitado. Mas um dos elementos presentes nas primeiras ilustrações não se realizou: nelas, todos os personagens carregavam sabres de luz. Mais tarde, Lucas decidiu que aquela arma era só dos jedis.


LEIA MAGRELA E CARREIRA SOLO
Carrie Fisher é filha da atriz Debbie Reynolds, de Cantando na Chuva, mas fora isso era uma completa desconhecida. Para ganhar o papel da princesa Leia, ela precisou fazer audição e bater algumas atrizes que viriam a povoar o mundo estrelado de Hollywood. Quem quase faturou foi Jodie Foster, que recusou o papel porque tinha contrato com a Disney e estava trabalhando em dois filmes na época. Como Lucas queria atores menos reconhecidos pelo grande público, acabou ficando com Fisher – mas com a condição de que ela perdesse 5 kg para fazer o papel.

Outro que quase não levou seu papel em Star Wars foi Harrison Ford. George Lucas já havia trabalhado com ele em American Graffiti e, de início, não queria reescalá-lo. Em vez disso, Ford serviu durante as audições apenas lendo o texto com outros atores e explicando a eles o contexto do projeto. Sylvester Stallone, Christopher Walken, Bill Murray, Kurt Russell, Nick Nolte, Burt Reynolds, Jack Nicholson e outros famosos chegaram a disputar o papel. Depois de ouvir todo mundo, Lucas não resistiu e acabou ficando mesmo com Harrison Ford. E o drama se repetiu três anos depois, quando Lucas estava escolhendo um ator para viver o arqueólogo Indiana Jones. De novo, após muitas audições, deu Ford.


O TEXTO DE ABERTURA
George Lucas sempre teve em mente começar os filmes com um texto de abertura. A inspiração veio dos seriais do Flash Gordon, de 1936. Mas o texto inicial escrito para abrir o primeiro filme ficou enorme. Lucas mostrou a diversos amigos, dentre eles o diretor Brian de Palma, que disse: “George, você está completamente louco! Deixe-me sentar e escrever isso para você.” A versão que abre a série foi editada por De Palma, baseada na redação original do tio George. Lucas também pensou em incluir um texto ao fim de cada filme, com um gancho para o episódio seguinte, mas desistiu.


A AMEAÇA DO FANTASMA
Um dos mais entusiasmados com o filme era o ator Alec Guinness, intérprete de Obi-Wan Kenobi. Diferentemente do resto do elenco, ele sempre apostou no sucesso. Mas ficou meio pê da vida com George Lucas quando recebeu, depois de contratado, uma versão revisada do roteiro, em que seu personagem morria no meio do filme. O cineasta tinha um problema: dali em diante na história, Obi-Wan não tinha mais uma função clara. A história ficava melhor se ele morresse. Já Guinness apostava que Star Wars teria continuações e estava frustrado com a morte de seu personagem. Lucas o tranquilizou: “nós vamos incluí-lo na história, mesmo morto”. Ah bom.


STAR WARS vs. CONTATOS IMEDIATOS
Após concluir o primeiro filme da saga, George Lucas visitou o set de filmagens de seu amigo Steven Spielberg, que estava fazendo Contatos Imediatos do Terceiro Grau. George tinha convicção de que o filme de óvnis renderia mais que o seu; Spielberg pensava exatamente o contrário. Fizeram então um acordo. Trocariam entre si 2,5% dos royalties a que teriam direito por seus respectivos filmes. Spielberg ganha uma ótima grana até hoje em cima de Star Wars.


CHEWBACCA, O CÃO
O inseparável companheiro de Han Solo a bordo da Millenium Falcon foi inspirado no cachorro do George Lucas, um malamute do alasca que servia como “copiloto”, sentando-se no banco da frente ao lado do cineasta (chamado Indiana, o cão acabou dando apelido ao famoso arqueólogo da outra grande franquia de Lucas).

Para viver o papel de Chewie, o escolhido foi Peter Mayhew, e ele só precisou de 10 segundos para convencer o diretor. Ao se levantar, obrigou Lucas a olhar para cima, do alto de seus 2,21 m, e ouviu: “Acho que o encontramos”. Pela estatura, Mayhew pôde até escolher se faria Chewbacca ou Darth Vader. Optou pelo primeiro porque queria ser um dos mocinhos. Vader acabou interpretado por David Prowse, com voz do então desconhecido James Earl Jones.


BILHETERIA RECORDE
O primeiro filme de Star Wars estreou em menos de 32 cinemas nos Estados Unidos, em 25 de maio de 1977. Mas a repercussão foi tão estrondosa que ele logo ganhou mais e mais salas de exibição e se tornou o segundo mais bem-sucedido da história das bilheterias norte-americanas. O único filme a vender mais ingressos que Star Wars foi E o Vento Levou, de 1939. Claro, em dólares, esses dois filmes renderam bem menos que os blockbusters modernos, mas isso é porque a inflação ao longo das décadas aumentou muito o preço dos ingressos. Se os US$ 460 milhões que Star Wars faturou em seus diversos lançamentos fossem convertidos para dólares de 2019, seriam US$ 1,95 bilhão.


CASA DE BRINQUEDOS
O grosso da grana faturada pelo filme original foi para a Fox, mas, antes da estreia, George Lucas negociou para si os direitos sobre as continuações e os licenciamentos de brinquedos da franquia. Na época, o estúdio não botava fé no sucesso e deixou quieto. Mas foi com a venda de traquitanas de Star Wars que Lucas construiu sua produtora – a Lucasfilm – e produziu do próprio bolso os filmes seguintes da saga, deixando a Fox apenas como distribuidora. Em 2012, a Disney comprou a Lucasfilm, por mais de US$ 4 bilhões. No pacote, estão incluídas as franquias de Star Wars, Indiana Jones e… Howard, o Pato.


OVERDOSE CONTRA-ATACA
Quem ficou muito doida com o sucesso de Star Wars foi Carrie Fisher. Ela teve um encontro difícil com drogas no fim dos anos 1970. Em uma entrevista concedida na Austrália, ela admitiu que estava viciada em cocaína durante as filmagens de O Império Contra-Ataca e chegou a sobreviver a uma overdose antes de abandonar o uso. “Lentamente percebi que estava usando um pouco mais de drogas que outras pessoas e perdendo meu poder de escolha sobre a questão”, disse.


UM CARRO NO MEIO DO CAMINHO
Entre o fim de 1976 e o começo de 1977, ainda participando das últimas filmagens para o primeiro filme, Mark Hamill – o intérprete de Luke Skywalker – sofreu um grave acidente de carro. Ele estava na estrada, distraído, quando percebeu que estava prestes a perder sua saída. Tentou cruzar de uma vez quatro pistas para a direita e acabou capotando.

O acidente resultou em fraturas no rosto e os médicos fizeram o melhor que puderam para reconstruí-lo, numa cirurgia de sete horas. As cenas que faltavam foram feitas por um dublê. E o começo de O Império Contra-Ataca envolve Luke sendo atacado por um wampa, o que também deixa seu rosto ferido. Isso foi escrito para justificar as cicatrizes? George Lucas nega. O site de Mark Hamill diz que sim. E aí, o que você acha?


O SABRE DE LUZ ROXO
O ator Samuel L. Jackson estava animadíssimo para aparecer em Star Wars e acabou ganhando o importante papel de Mace Windu – o nome já aparecia no primeiro esboço da série que Lucas fez, em 1973. Uma controvérsia surgiu, contudo, na hora de definir a cor do seu sabre de luz. Tradicionalmente, eles são azuis e verdes para o lado luz da Força e vermelhos para o lado sombrio. Mas Jackson iria mostrar sua espada pela primeira vez em Ataque dos Clones, numa batalha com mais de 200 jedis numa enorme arena. O ator então pediu a Lucas que seu personagem tivesse um sabre roxo, que permitisse ver onde ele estava na batalha mesmo nas cenas mais panorâmicas. “Eu sou algo como o segundo jedi mais durão do Universo, logo depois do Yoda”, justificou Jackson.


CULPA DO DINOSSAURO
Uma das decisões mais controversas da franquia foi quando George Lucas decidiu produzir edições especiais da primeira trilogia, com a adição de novos efeitos visuais e cenas, em 1997. Mas a culpa foi de Jurassic Park, lançado quatro anos antes. Foi o filme de Spielberg que convenceu o criador de Star Wars de que os efeitos digitais haviam chegado a um nível que permitia realizar algumas das ideias que ele tinha desde o início para a franquia. Mas ele não se contentou só com essas adições e fez outras alterações, como tirar as explosões que acompanhavam cada tiro de laser e, o que foi mais controverso, impedir que Han Solo atirasse primeiro no duelo com Greedo na famosa (e agora infame) cena da cantina, no primeiro filme.


YODA DIGITAL?
Lucas nunca mais parou de mexer nos filmes depois disso. No relançamento dos seis filmes da saga em blu-ray, em 2011, ele substituiu o boneco de Yoda de A Ameaça Fantasma por uma versão animada por computador, similar à usada nos outros dois filmes da sequência recente, Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith. O que poucos sabem é que o tio George também cogitou substituir o boneco de Yoda visto na trilogia original por uma versão em CGI. Os testes acabaram não ficando bons e ele desistiu. Mas, se acontecesse, certamente causaria a fúria nos fãs, que ainda nem engoliram direito as outras modificações.


EMBARAÇOS LUSÓFONOS

George Lucas é famoso pelos nomes estranhos que bolou ao longo dos anos para a saga Star Wars. Mas tem alguns deles que soam tão mal em português que fazem pensar que tem um brasileiro de sacanagem na Lucasfilm. Em A Ameaça Fantasma, temos o capitão Panaka. Em Ataque dos Clones, lá está o Conde Dooku (que foi adaptado para Dookan em português). E, no mesmo filme, também ouvimos falar do mestre jedi Sifo-Dyas (virou Sifo-Vyas na língua de Camões). Pode isso, Arnaldo?


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