Para chegar ao mercado, os novos medicamentos precisam passar por várias baterias de testes clínicos e obter a aprovação das autoridades regulatórias, que analisam os resultados dessas pesquisas e avaliam a segurança e a eficácia de cada droga. Mas, segundo um estudo publicado por cientistas alemães, esse processo pode estar falhando – e permitindo o lançamento de produtos que não apresentam vantagens concretas.
A pesquisa, que foi realizada pelo Institut für Qualität und Wirtschaftlichkeit im Gesundheitswesen (“Instituto para a Qualidade e a Eficiência na Saúde”) e publicada no British Medical Journal, analisou a literatura médica acerca de 216 medicamentos lançados no mercado alemão desde 2011. E chegou a uma conclusão espantosa: em 57,8% dos casos, não há provas de que o novo remédio seja mais eficaz do que seu antecessor. 8,8% dos remédios demonstraram uma vantagem “pequena”, 15,3% “considerável”, e apenas 9,7% comprovaram ganho de eficácia “alto” quando comparados aos anteriores.
A descoberta é especialmente surpreendente porque, ao determinar o grau de eficácia de um novo medicamento, as autoridades regulatórias costumam levar em conta sua performance comparada a outras drogas.
Ouvida pela revista New Scientist, a associação da indústria farmacêutica inglesa criticou o estudo, dizendo que ele “tem uma visão muito restrita” e ignora “questões importantes para os pacientes” (sem enumerar quais seriam elas). O lançamento de medicamentos cada vez mais caros, e que nem sempre apresentam ganhos significativos de performance, é uma das críticas mais comumente feitas ao setor.
Novos remédios nem sempre são melhores, diz estudo Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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