Um “achados e perdidos” milenar: arqueólogos da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU, na sigla em inglês) encontraram uma espada viking de mais de 1.200 anos de idade próximo a vila de Vinjeøra, a 500 quilômetros ao norte de Oslo, capital do país.
O local onde a espada estava funcionava como uma fazenda viking nos séculos 9 e 10 – e também fazia as vezes de cemitério. As escavações aconteceram por conta da ampliação de uma rodovia que passa por lá.
A espada, fortemente corroída, foi descrita pelos arqueólogos como “muito pesada” – espadas de vikings podiam ter até 30 quilos. Além dela, outros itens foram encontrados, como uma lança, um machado e um escudo.
Ao que parece, o viking dono da espada era alguém importante – provavelmente, o dono daquelas terras. Seu túmulo estava por cima do de outras duas pessoas, o que sugere certa hierarquia nas relações que eles tinham entre si. Mas a hipótese mais aceita para a proximidade dos corpos é a crença de que, na vida após a morte, seus espíritos viveriam juntos, em comunidade.
O fato de corpos terem sido enterrados em uma fazenda viking não surpreende os pesquisadores. “A maioria dos guerreiros eram homens livres que possuíam suas próprias fazendas”, explicou o arqueólogo da NTNU Raymond Sauvage em entrevista à Science Norway, uma publicação da universidade. Naquela época era obrigatório, inclusive, que agricultores possuíssem armas em suas propriedades.
Viking canhoto
Contudo, algo incomum chamou a atenção dos cientistas. A espada foi colocada do lado esquerdo do túmulo – o que pode indicar que aquele viking era canhoto.
Para entender como os arqueólogos chegaram a essa conclusão, é preciso entender alguns hábitos daquela época. Normalmente, vikings destros colocavam a bainha da espada do lado esquerdo do corpo, para facilitar as coisas na hora de empunhá-la com a mão direita.
Quando eles morriam, porém, a espada era colocada do lado direito: os vikings acreditavam que o plano espiritual funcionava como um espelho do mundo real – as coisas, então, estariam invertidas. Se eles fossem enterrados com a espada no lado direito, ela ficaria do lado esquerdo no “outro lado”. Era uma forma de prever essa inversão que a passagem da vida para a morte causava.
No caso norueguês, a espada do lado esquerdo pode indicar que o viking queria que ela ficasse do lado direito do corpo no plano espiritual – algo que alguém que usa a arma com a mão esquerda provavelmente iria querer.
A espada foi levada para um laboratório de conservação, onde será analisada com máquinas de raio-x. Os pesquisadores esperam, assim, descobrir o que está por trás da ferrugem, como símbolos e ornamentos.
Espada viking de 1.200 anos é encontrada na Noruega Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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