O aeroporto de Helsinque, capital da Finlândia, ganhou novos funcionários – peludos e com quatro patas. Os quatro cães farejadores Kössi, Miina, Valo e E.T., ganharam seus crachás na última terça-feira (22), quando começaram a trabalhar na detecção de passageiros com Covid-19.
Nem todas as pessoas que passarem pelo saguão do aeroporto serão submetidas ao teste canino. Na verdade, essa é uma escolha voluntária. O passageiro que aceita participar é isolado em uma sala, onde recebe um lencinho para coletar seu suor do pescoço. A amostra é colocada dentro de uma vasilha, que é levada para outra sala e posta ao lado de outras vasilhas com cheiros diversos.
Então, o cachorro passa cheirando uma a uma e, caso fareje a presença do vírus – alguns estudos mostraram que cães tem, sim, essa habilidade – sinaliza aos treinadores. Se o resultado for positivo, o voluntário é levado ao posto de saúde do aeroporto para, aí sim, ser testado da forma convencional – gratuitamente.
Não há nenhum contato direto entre a pessoa e o cãozinho, o que protege tanto o passageiro quanto os adestradores que acompanham o animal. Além disso, todo o processo é bem rápido, com cerca de um minuto de duração.
Por enquanto, os cachorros e seus treinadores estão trabalhando em turnos alternados. Enquanto isso, os pesquisadores estudam o tempo mais confortável de trabalho para os animais. Em breve, outros seis cãezinhos que estão em treinamento devem chegar para se juntar à tropa. A responsável por ensinar os cães é a Wise Nose, empresa finlandesa especializada em detecção de cheiros.
A Finlândia não é a primeira a empregar cães farejadores para detectar Covid-19. Em agosto, o aeroporto de Dubai, nos Emirados Árabes, já havia colocado animais policiais para ajudar no rastreio. O processo era praticamente idêntico ao finlandês, com a diferença que o passageiro coletava uma amostra de suor de sua axila.
A Finavia, empresa responsável pela rede de aeroportos da Finlândia, explicou em nota que os cães são capazes de identificar o vírus com amostras bem menores do que as necessárias para os testes PCR. Com 10 a 100 moléculas, o cão já faz o serviço, enquanto o método laboratorial precisa de 18 milhões delas. Os cães também parecem aptos a farejar a doença em pacientes assintomáticos ou que ainda não desenvolveram os sintomas, o que em alguns testes pode aparecer como falso negativo. Além disso, o lencinho é bem menos invasivo que um swab, o cotonete usado para coleta das amostras do fundo do nariz.
Os testes com cães farejadores têm sido bem sucedidos. De acordo com a Finavia, cachorros foram capazes de identificar o vírus com eficácia próxima aos 100% em estudos preliminares da Universidade de Helsinque. Outra pesquisa do tipo, publicada em julho por cientistas da Universidade de Hannover, na Alemanha, também mostrou que os cães eram capazes de distinguir amostras de saliva de pessoas infectadas de outras não infectadas com taxa de acerto de 94%.
Os cachorros já são treinados para farejar câncer, malária, Parkinson, entre outras doenças. Isso ocorre porque os bichanos têm o olfato apurado e parte das doenças deixam um cheirinho característico. Então, sim, o Sars-CoV-19 provavelmente tem um odor único – apesar de os cientistas ainda não saberem ao certo que cheiro é esse. Pode ser tanto uma substância química secretada pelo corpo da pessoa infectada quanto uma mudança no odor do suor, por exemplo.
Aeroporto de Helsinque usa cães farejadores para detectar casos de Covid-19 Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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