O idioma da Rainha reserva mais armadilhas de pronúncia do que parece. Inclusive para os nativos da língua. Prova disso é o poema The Chaos, que compila praticamente todas as nuances do inglês. O título da obra não poderia ser outro: são 146 versos cheios de trava-línguas e palavras com ortografia similar, mas pronúncia diferente.
Veja abaixo uma transcrição dos primeiros oito versos, os mais simples:
Dearest creature in creation,
Study English pronunciation.
I will teach you in my verse
Sounds like corpse, corps, horse, and worse.
I will keep you, Suzy, busy,
Make your head with heat grow dizzy.
Tear in eye, your dress will tear.
So shall I! Oh hear my prayer.
Dever de casa
O responsável por esse “intensivão” de inglês é o escritor e educador holandês Gerard Nolst Trenité. Em 1920, ele publicou o poema no livro Drop Your Foreign Accent (“Abandone o Seu Sotaque Estrangeiro”), um caderno de exercícios de gramática elaborado por ele, que chegou a trabalhar na Califórnia dando aulas particulares.
The Chaos, com uma boa tarefa escolar, começa “fácil” e vai complicando. Trenité, que assinava sob o pseudônimo de Charivarius, escreveu-o para mostrar as particularidades (por vezes problemáticas) da língua inglesa. E ele não estava sozinho nessa luta.
A questão dos problemas da língua inglesa é algo sabido por boa parte dos linguistas e acadêmicos dos países em que ela é o idioma oficial. Tanto que há uma organização voltada especificamente para isso. A English Spelling Society é uma sociedade fundada em 1908 e tem como missão conscientizar as pessoas sobre os problemas causados pelas irregularidades da ortografia inglesa.
Além disso, a organização propõe com frequência reformas ortográficas. Ela defende que medidas do tipo podem melhorar a alfabetização. Ao simplificar problemas vindos de gramáticas arcaicas, acredita-se que a aprendizagem ficará mais fácil (e barata), tanto para estrangeiros quanto para nativos.
Nos anos 1990, a Spelling Society resolveu incrementar a versão original do poema de Trenité. A versão estendida, com 274 linhas, está disponível em PDF para quem quiser encarar o desafio.
O poema dos anos 1920 que avalia o domínio da língua inglesa Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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