quarta-feira, 1 de abril de 2020

Como diferenciar o novo coronavírus de asma e alergias respiratórias

O outono, que dá início à temporada de alergias respiratórias, chegou. Devido ao clima seco, que favorece a concentração de partículas alérgenas, e à mudança climática, as crises costumam aparecer. Acontece que os sintomas de vários problemas respiratórios do tipo se confundem com os da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Você sabe diferenciá-los?

A alergista Fátima Rodrigues Fernandes, diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), conta que as principais alergias que se manifestam nessa época são a rinite — caracterizada por coriza, espirro e entupimento nasal — e a asma, marcada por falta de ar, chiado no peito e tosse seca.

“Mas podem acontecer outras reações, como faringite, sinusite, laringite… Todas com sinais semelhantes”, complementa a especialista.

Pois bem: falta de ar e tosse seca também sinalizam a presença do novo coronavírus no organismo. “No entanto, nos quadros alérgicos, em geral não há febre, que é um dos principais indícios da Covid-19”, distingue Fátima.

Se a incerteza permanecer, antes de sair correndo para o hospital, entre em contato com o especialista que te acompanha. Até porque os casos leves de infecção por Sars-Cov-2 são tratados em casa, assim como os de uma alergia respiratória. “O médico tem mais condições de entender a origem dos sintomas e orientar se é o melhor momento de ir ao pronto-socorro”, ensina a expert.

Para evitar a dúvida, além de aderir às medidas de prevenção contra a infecção, é crucial continuar o tratamento de rotina das alergias. Ou seja: nada de suspender medicamentos e a bombinha sem uma conversa com o doutor.

E se eu nunca tive uma reação alérgica?

Normalmente, quem convive com asma e afins sabe reconhecer quando está em crise. Se esse não for o seu caso, verifique se algum elemento despertou os espirros, a coceira no nariz, a falta de ar…

“A reação alérgica ocorre devido à exposição a algum alérgeno ou por causa da mudança climática”, explica Fátima. Esses gatilhos incluem desde uma roupa que estava guardada no armário empoeirado ou com mofo até pelos de animais.

Sendo a sua primeira crise ou não, os profissionais orientam a manter a casa limpa e arejada, hidratar-se e lavar o nariz como forma de evitar as reações. Mas claro: se os sintomas persistirem ou piorarem, procure um médico.

Um recado sobre o coronavírus para quem tem problemas de pele

Apesar de seus sinais não se parecerem com os da Covid-19, as dermatites trazem um desafio adicional durante a pandemia atual.

Esse tipo de alergia é caracterizado por ressecamento, coceira e lesões na pele. Ocorre que lavar as mãos com água e sabão, a principal forma de se prevenir do novo coronavírus, pode piorar seus sintomas.

“E, quando a doença não está controlada, surgem rachaduras, o que aumentaria a exposição ao vírus. Além disso, as crianças afetadas acabam levando mais as mãos ao rosto para se coçarem”, acrescenta Fátima.

A recomendação para que essa turma não deixe se proteger contra a infecção é hidratar bem a cútis e, claro, não abandonar o tratamento para a dermatite.

 


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