Em uma experiência realizada na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, dois macacos rhesus foram ensinados a jogar um game de computador que dava goles d’água como prêmio. A cada rodada, o macaco tinha de escolher 1 entre 7 quadradinhos coloridos, que eram exibidos numa tela.
Cada quadrado tinha uma cor, e uma probabilidade de vitória, diferente. Ao selecionar o quadrado verde, por exemplo, o macaco tinha 20% de chance de ganhar 10 ml de água. Já se ele escolhesse o quadrado azul, o prêmio era mais modesto (3 ml), mas a probabilidade de ganhar era muito maior: 80%.
“Racionalmente, os macacos deveriam escolher a opção de 3 ml. Mas eles sempre preferiam a aposta mais arriscada“, afirmou Xiamomo Chen, líder do estudo. O interessante é que isso ocorria mesmo depois que os macacos já tinham saciado a sede: eles não bebiam mais água, mas continuavam jogando e escolhendo a aposta mais arriscada. “Eles são como as pessoas que vão a Las Vegas jogar caça-níqueis, que prometem uma recompensa muito alta, mas com probabilidade muito baixa”, disse Chen.
Em seguida, os cientistas usaram eletrodos para interromper parcialmente a atividade do córtex frontal medial (CFM) dos macacos, cujo comportamento mudou. Os animais continuaram jogando mas se tornaram mais cautelosos, realizando 40% menos apostas arriscadas. “Foi surpreendente encontrar uma região cerebral tão diretamente ligada a ações arriscadas”, afirmou o biólogo Veit Stuphorn, co-autor do estudo. Segundo os pesquisadores, a descoberta poderá ajudar a compreender, e eventualmente tratar, os casos das pessoas que têm compulsão por risco (como vício em jogos de azar).
Macacos também gostam de apostar – e preferem os lances mais arriscados Publicado primeiro em https://super.abril.com.br/feed
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