sexta-feira, 30 de novembro de 2018

“O Mágico de Oz” é o filme mais influente de todos os tempos

O sucesso de um filme geralmente é medido por duas vias: a primeira (e mais importante nos dias de hoje) é a receita, o que coloca, por exemplo, James Camaron como o diretor mais bem sucedido da história do cinema –Avatar e Titanic, ambos dirigidos por ele, são as maiores bilheterias do mundo.

A segunda via é a boa e velha opinião da crítica especializada. Juntando os dois, o que é raro, temos os produtos de sucesso mais sólido. É o caso de Batman: O Cavaleiro das Trevas, já que o filme de Christopher Nolan arrecadou mais de um bilhão só de bilheteria e foi extremamente bem recebido pela crítica.

Mas, como definir o quão influente um filme é? Segundo um estudo de pesquisadores da Universidade de Turin, na Itália, os critérios usados para medir o sucesso não podem ser aplicados para medir a influência que um filme gera, já que esses estão fortemente relacionadas a fatores externos como marketing ou tendências de uma época.

O clássico Blade Runner explica bem isso. Baseado no livro Androides sonham com carneiros elétricos?, do cultuado escritor de sci-fi Philip K. Dick, a ficção cyberpunk foi um fracasso de bilheteria e de crítica na década de 1980 – mesmo sendo protagonizada por Harrison Ford, o ator mais badalado da época. Depois, já no VHS, os críticos voltaram a olhar para o filme, e hoje ele é referência para qualquer cineasta. Usando apenas usando os critérios tradicionais, porém, a obra de Ridley Scott ainda hoje seria considerada um desastre.

Procurando avaliar o verdadeiro impacto de um filme ao longo do tempo, os cientistas italianos resolveram recorrer a um critério mais exato, usando análise de dados e algoritmos. O resultado você já viu no título: a versão clássica de O Mágico de Oz, lançada em 1939, seria o filme mais influente de todos os tempos. Mas como os pesquisadores chegaram no x da questão é o mais legal dessa história toda.

Definindo influências

“Ah, mas olha o número de fãs de Star Wars. Como é que ele não é o filme mais influente do mundo?”. Ok, é um fato que muito mais gente viva hoje viu a saga de George Lucas do que o filme da década de 1930 sobre a garotinha do Kansas. Por outro lado, é extremamente provável que todos os fãs de Guerra nas Estrelas já tenham ouvido a música Over the Rainbow ou ao menos viram a foto que abre essa nota.

E é aí que está o pulo do gato: segundo o estudo, o filme mais influente é aquele que tem o maior número de referências em outros longas – alguém que apareça cantando Over the Rainbow em outro filme, ou um diálogo que mencione o clássico de Oz.

De acordo com a pesquisa, O Mágico de Oz teve mais de 3000 citações em outros filmes. Em seguida, vêm Star Wars (1977) e Psicose (1960). Mesmo removendo o viés dos filmes antigos no cálculo (por terem sido produzidos antes, podem influenciar um número maior de filmes), os 20 longas mais influentes do mundo são todos de antes da década de 1980 – e a maioria é dos EUA, naturalmente.


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Esmalte sem riscos

De uns tempos para cá, ele deixou de ser um mero cosmético para ganhar status de acessório, tornando-se tão importante quanto uma bolsa ou um sapato na composição do visual. O boom dessa tendência gerou, é claro, uma enxurrada de novos vidrinhos, com cores das mais variadas, além de estilos diferentes de pintura. Como resultado, as mulheres passaram a trocar de esmalte como quem troca de roupa íntima. O hábito, não há dúvidas, faz um bem danado para a autoestima. Mas será que o corpo sai ileso?

Ressecamento e alergia

Segundo a dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pincelar o produto todas as semanas e, consequentemente, abusar da acetona ou de outro removedor pode ressecar as unhas, deixando-as esbranquiçadas e causando sua descamação. Mas isso não é regra. “A principal questão não diz respeito ao número de vezes que o cosmético é utilizado, e sim se ele é capaz de desencadear reações alérgicas”, pondera Denise.

O quadro, diga-se de passagem, não é raro. “Aproximadamente 10% da população tem alergia a esmaltes”, conta a dermatologista Solange Pistori Teixeira, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Na maioria dos casos, ela está associada a um solvente chamado tolueno, responsável por acelerar a secagem. O formaldeído, substância que ajuda a conferir aderência e durabilidade ao produto, é outro que está por trás de reações. As mais importantes são vermelhidão e coceira nos dedos e nas áreas que sofreram contato, como mãos, rosto, pescoço e orelhas – enfim, onde você mais costuma passar as mãos. “A alergia pode aparecer em qualquer idade”, faz questão de lembrar o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

As substâncias comumente identificadas como estopins de quadros alérgicos são consideradas tóxicas e, por isso, a inclusão na fórmula é restrita nos Estados Unidos, em países da Europa e também no Brasil. Vale lembrar que uma delas, chamada dibutilftalato, também foi tachada como potencialmente cancerígena. “Esses testes foram realizados com animais e em concentrações elevadas. Aqui, as empresas têm respeitado a legislação”, assegura Josineire Sallum, gerente-geral de cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. “Quando isso não acontece, impedimos a comercialização do produto.”

Removedor X acetona

Já quando o assunto são unhas frágeis, a tática é ficar mais tempo com o mesmo esmalte. Isso porque o uso constante de itens para extrair o cosmético pode provocar esse estado de fraqueza generalizada. “Trata-se de produtos que têm a capacidade de penetrar na unha e dissolver estruturas que lhe conferem maleabilidade. Ela, então, se torna porosa, áspera e menos flexível”, explica o farmacêutico e especialista em cosmetologia Maurício Pupo, da Consulfarma, em Campinas, no interior de São Paulo.

Como não dá para ficar eternamente com um único esmalte – a unha cresce, a cor desbota, alguns trechos lascam, a gente enjoa… –, uma estratégia para minimizar os estragos é optar pelo removedor. “Ele é menos prejudicial porque tem componentes hidratantes em sua composição, além de apresentar um pH mais compatível com o da pele”, comenta Denise Steiner. Bem mais agressiva, a acetona resseca a pele e as unhas. “Sem contar que o cheiro forte do líquido pode irritar as vias aéreas superiores”, completa.

Para as adeptas do péssimo costume de retirar o cosmético com os dentes, recorrendo ao removedor só para eliminar os fragmentos mais teimosos, fica o alerta: tal comportamento tende a causar danos como manchas brancas, depressões e até estrias.

De olho em doenças

Mas, se nenhum desses cuidados não contribuir para unhas mais firmes e bonitas, o melhor a fazer é investigar outras possíveis causas para tamanha debilidade. “Deve-se considerar quadros como hipotireoidismo e anemia, além de outras carências nutricionais”, informa a dermatologista Adriana Vilarinho, de São Paulo.

Crianças e gestantes

Nas crianças, o ideal seria passar um esmalte à base de água, porque não contém solventes. Para as futuras mães, o recomendado é dar um tempo na manicure durante os primeiros três meses de gestação. Mesmo depois desse período, um pouco de cautela é mais do que bem-vindo. Seria interessante usar uma máscara no momento das pinceladas por causa dos solventes. Depois que eles evaporam e o produto seca, não há problemas. Ao menor sinal de complicações, procurar um especialista é imprescindível – um recado válido para todos.

Na hora de escolher

Se tiver uma coleção de esmaltes ou visitar o salão de beleza com frequência, preste atenção no prazo de validade informado no vidro. “A segurança do produto é garantida até essa data. Se estiver vencido, jogue fora”, aconselha Josineire Sallum, da Anvisa. Caso a cor não esteja homogênea, não arrisque: muitas vezes é sinal de que alguma substância foi acrescentada ali.


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Se pesar com frequência ajuda a emagrecer

Dica para quem está brigando com a balança: pesquisadores das universidades de Pittsburgh e da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que o ato de se pesar com regularidade ajuda a emagrecer.

O trabalho foi apresentado no Congresso da Associação Americana do Coração de 2018. O evento ocorre todos os anos para compartilhar avanços na área da saúde cardiovascular.

Os cientistas examinaram, durante um ano, as alterações físicas de 1 042 voluntários adultos, sendo 78% homens e 90% brancos. Eles tinham uma idade média de 47 anos. Os hábitos de monitoração do peso dessa turma também foram mensurados, claro.

As pesagens ocorreram normalmente na residência das pessoas, sem interferência médica. Os dados eram transmitidos aos estudiosos por um sistema online. Foram identificados diversos perfis, que iam desde indivíduos que subiam na balança diariamente até aqueles que nunca tiravam tempo para isso.

Os resultados revelaram que quem se avaliava apenas uma vez por semana não afinou a barriga no período. Entretanto, aqueles que se mediram de seis a sete vezes tiveram uma redução em 12 meses. Para ser mais exato, eles enxugaram, em média, 1,7% do próprio peso.

De acordo com os autores, o achado enfatiza a importância de acompanhar as mudanças no corpo, principalmente quando você está tentando emagrecer. Visualizar isso de forma concreta se torna um incentivo para não desistir.

Só cabe ponderar que as pessoas que se pesam com frequência tendem a ser mais preocupadas com sua forma física. Talvez tenha sido esse modo de pensar – e não as pesagens em si – que culminaram na eliminação de quilos extras.

Além disso, a perda de peso revelada no estudo aconteceu ao longo de um ano. Portanto, monitore seus resultados, mas não deixe isso virar uma neurose. Caso contrário, tal hábito pode até desencadear transtornos alimentares.

Ao contrário do estudo, o livro O Fim das Dietas, do professor Antonio Herbert Lancha Jr., defende medir sua composição corporal a cada quinze dias, por exemplo. Ele também sugere usar uma fita métrica em vez da balança. Se interessou? Você pode adquiri-lo clicando na capa abaixo:


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Três notícias sobre… Vikings

1. Rainha Arthur

Saga Vanecek, 8 anos, brincava em um lago em Tånnö, na Suécia, quando pisou em algo rígido no leito. Era uma espada de 1,5 mil anos – arqueólogos do museu Jönköpings Läns suspeitam que ela seja anterior à era viking. Após o incidente, outros artefatos históricos, como um broche e uma moeda, emergiram do mesmo lago – que ficou mais raso neste verão graças às temperaturas recordes.

Vanaceck narrou sua história ao jornal inglês The Guardian, e uma repórter transformou o relato em um texto em primeira pessoa, que você pode ler aqui (naturalmente, está em inglês). Um trecho: “eu tive que dar a espada para o museu local – papai me explicou que era importante dividi-la com os outros. Eu me senti ‘buá!’ que fiquei sem a espada, mas ‘eba!’ que outras pessoas poderão vê-la. Eu estou juntando um dinheiro para fazer uma réplica da espada que possa ficar comigo.”

2. Navio fantasma

Arqueólogos encontraram um barco viking de 20 m enterrado a apenas 50 cm de profundidade em Østfold, no sudeste da Noruega. Ele foi detectado com um radar de alta resolução, sem auxílio de escavações. Para evitar danos, não há planos de desenterrá-lo. A embarcação é parte de um suntuoso cemitério, que guarda os corpos de guerreiros vikings influentes.

Só há outros três navios militares dessa época preservados no país, o que torna o achado particularmente valioso. Era uma tradição viking enterrá-los junto de líderes e pessoas importantes. Na época em que o cemitério foi construído, havia um morro de terra artifical cobrindo a embarcação. Esse morro foi nivelado há muito tempo, o que explica porque hoje a relíquia está tão próxima à superfície.

3. Porto cancelado

Entre 950 e 1250, uma onda de calor varreu a Europa. As geleiras do arquipélago de Lofoten, norte da Noruega, derreteram e escoaram, aliviando o peso sobre as ilhas – que subiram alguns centímetros. Com a mudança, corpos d’água que originalmente davam acesso ao mar foram cercados de terra e viraram lagos – e os vikings começaram a perder seus portos e estaleiros.

“Bem perto do final da Era Viking, nós ainda estamos tentando cravar a data exata, você vê os estaleiros sendo abandonados”, afirmou em comunicado oficial o geólogo Nick Balascio, que participou do estudo. “Eles estavam se realocando para outra parte da costa, porque o nível do mar estava abaixando.”

 

 


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Como a poupança faz você perder dinheiro



Como usar física quântica para monitorar coração de fetos – sem tocar neles

Um ser humano é um robô de carne, cuja operação é essencialmente elétrica. Nossos músculos se contraem em resposta a pulsos recebidos cérebro por meio de uma complexa rede de cabos, formada por neurônios e suas “perninhas”, os axônios. E assim, de choque em choque, movemos nossos braços, pernas e pescoços.

Alguns movimentos, porém, são involuntários. E ainda bem que são. É o caso do coração. Seu cérebro manda pulsos elétricos periódicos para o órgão, sem te consultar antes. É óbvio: se você esquecesse de bater seu próprio coração, você morreria. É bem mais seguro delegar a função ao piloto automático.

O eletrocardiograma – aquele exame clássico dos desenhos animados, em que os batimentos cardíacos são traduzidos em um gráfico com uma linha que sobe e desce – funciona justamente porque ele lê esses pulsos elétricos. Quando eles param, é porque o coração parou também.

Seria muito conveniente se pudéssemos analisar os batimentos cardíacos de fetos desta forma, quando eles ainda estão dentro do útero da mãe. Assim, seria possível detectar problemas como a arritmia (que afeta algo entre 1% e 2% dos bebês) antes do parto. O problema é que o eletrocardiograma só funciona quando os eletrodos da máquina que faz o exame estão conectados diretamente ao corpo do paciente – o que é impossível quando o paciente em questão está na barriga da mãe, inacessível.

Com uma mãozinha da física quântica, pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, deram um jeito no problema: criaram uma engenhoca chamada magnetocardiograma, que detecta os batimentos de longe, sem encostar na barriga da gestante. 

Como o próprio nome diz, a tal engenhoca funciona graças à outra face da moeda da eletricidade – o magnetismo. Refrescando a memória do Ensino Médio: toda corrente elétrica gera um campo magnético. Isso é lei. O que significa que as discretas correntes elétricas que atravessam seu corpo constantemente também geram campos magnéticos discretos.

A intensidade dos campos gerados por um coração não é suficiente para mover o ponteiro de uma bússola, que fique claro. Mas há algumas coisas que são bem mais sensíveis. Como vapor de césio, o elemento 55 da tabela periódica. Átomos de césio, quando estão sob influência de um campo magnético – por mais sutil que seja –, absorvem e emitem luz de maneira diferente. Isso significa que eles respondem à atividade elétrica no corpo do feto à distância. 

Na prática, funciona assim: o vapor de césio fica confinado em um tubo de vidro de alguns milímetros, selado a vácuo. Aí ele é exposto a lasers, em um processo chamado pump and probe. “Primeiro, eles usam lasers com polarização circular para excitar os átomos de césio. Esse é o pump, e serve para causar uma perturbação no sistema”, explicou à SUPER o físico teórico Gabriel Landi, do Instituto de Física da USP – que não participou do estudo. “Logo em seguida eles mandam um outro pulso de laser (o probe), agora linearmente polarizado. O probe mede a resposta do sistema ao pump.” 

Você não precisa entender, é claro, o que exatamente significam termos como polarização circular ou linearmente polarizado. O ponto é: o primeiro laser dá uma cutucada nos átomos de césio. O segundo “vê” como eles reagiram à cutucada. Quando o césio como um todo está sob efeito de um campo magnético, ele reage à cutucada de maneira diferente. E assim é possível detectar se há um coraçãozinho batendo ou não (e avaliar se ele está fazendo isso direito).
Este não é o primeiro magnetocardiograma da história, que fique claro. Eles já existiam há algum tempo, mas como sempre foram mais caros e menos práticos que os eletrocardiogramas, nunca eram usados em hospitais de verdade. O jogo, porém, pode virar: “O legal é que o tipo de sensor magnético usado nesse experimento vêm se tornando muito eficiente – e pode eventualmente ultrapassar a resolução do eletrocardiograma”, explicou Landi à SUPER. 

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11 unidades de medida incríveis. E que você nunca irá utilizar



Por que o idoso deve tomar cuidado com quedas mesmo após trocar os óculos

Miopia, astigmatismo, hipermetropia e outros problemas que afetam os olhos estão entre as principais causas de tropeços e quedas. Ainda bem que existem métodos para corrigir essas falhas, como as cirurgias e, claro, os óculos. Mas esses acessórios exigem atenção extra: um estudo da Universidade de Bradford, na Inglaterra, descobriu que os primeiros dias de utilização estão relacionados a um maior número de tombos entre os indivíduos mais velhos.

“O médico e o profissional da ótica precisam customizar os modelos de acordo com a característica de cada paciente e passar orientações para evitar esses problemas”, aponta o oftalmologista Leoncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP).

Veja o que acontece na fase de adaptação em cada tipo de lente nova

Miopia: Aperto para enxergar de longe. Os óculos novos deixam os objetos um pouco menores e mais distantes do que a realidade.

Hipermetropia: Há uma dificuldade para ver de perto. Nos primeiros dias após a correção, as coisas aparentam ser maiores e mais próximas.

Astigmatismo: Distúrbio marcado por uma visão borrada a qualquer distância. O tratamento faz com que tudo pareça levemente desnivelado.

Outras precauções na consulta com o oftalmo

Já caiu? Informe o especialista se você teve algum episódio recente de queda e quais foram os motivos que originaram o acidente.

Dois ou um? Apesar de existirem os modelos multifocais, o ideal é ter um par de óculos para longe e outro para perto. Isso evita confusão.

Vai trocar? Antes de comprar uma nova armação, avise o doutor: quase sempre é preciso fazer ajustes no foco das lentes.


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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Um casal que está decorando a casa vai brigar 72 vezes, segundo estudo

Casais permanecem unidos até que a morte os separe – ou até a hora de escolher o piso da cozinha.

Decorar a casa recém-comprada ou alugada pode render mais discussões do que parece. É o que indica uma pesquisa divulgada nesta semana pela loja de móveis online Article, que realizou, em parceria com a empresa de pesquisas de marketing One Poll, uma enquete com 2 mil adultos americanos para entender os hábitos de consumo – e a frequência das brigas.

Ao que parece, decidir qual a cor do sofá da sala ou que tipo de tapete combina com a toalha do banheiro são incitadores de discussões quase tão eficientes quanto se atrasar para um compromisso ou ter que lidar com a família do seu cônjuge. De acordo com a pesquisa, casais brigam, em média, 72 vezes por conta disso. É o equivalente, segundo o estudo, a 216 horas de bate-boca.

Casais inteligentes compram separados

Vale dizer que, quando o assunto é decoração, tudo é levado em conta: até a hora de cotar e estimar preços pode render conversas mais acaloradas. Segundo o estudo, das 72 discussões contabilizadas pela pesquisa, apenas oito acontecem em lojas de decoração e construção. O restante está distribuído da seguinte forma: 15 acontecem dentro da casa a ser decorada; 10 irão ocorrer especificamente na frente de um amigo ou familiar e quatro serão em um avião. As 35 restantes acontecem em diversos lugares, como em parques ou na rua.

Tendo em vista esses momentos desagradáveis, 15% dos casais entrevistados já sacaram o problema e preferem não fazer compras do tipo com o companheiro. Além disso, más experiências anteriores fizeram com que 58% deles deixassem de expressar suas opiniões a fim de evitar dor de cabeça.


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Teste detecta excesso de gordura em marcas de pão. Mas há boas notícias

Os pães de forma entraram recentemente na mira da Proteste. Em uma avaliação recém divulgada, essa associação de defesa do consumidor examinou 16 produtos de marcas vendidas pelo Brasil – e, se detectou excesso de gordura e falta de fibras em algumas, também trouxe notícias boas.

Os produtos avaliados foram:

1) Pão de forma tradicional Visconti
2) Pão de forma integral Visconti
3) Pão de forma premium Panco
4) Pão de forma integral Panco
5) Pão de forma tradicional Pullman
6) Pão de forma integral Pullman
7) Pão de forma Seven Boys
8) Pão de forma tradicional Plus Vita
9) Pão de forma integral Plus Vita
10) Pão de forma Kim
11) Pão de forma integral Kim
12) Pão de forma tradicional Wickbold
13) Pão de forma integral Wickbold
14) Pão de forma Energia
15) Pão de forma tradicional Vai Bem
16) Pão de forma integral Grão Lev

Começando pelo lado positivo

Após pegar lotes desses pães nos mercados e levá-los para o laboratório, a equipe da Proteste reparou que nenhum apresentava traços da bactéria salmonela, causadora de desarranjos intestinais intensos, ou de conservação inadequada. Ou seja, dá para levar esses produtos para casa sem ter medo de infecções.

“De um modo geral, os rótulos foram bem avaliados, pois traziam as informações obrigatórias por lei”, completa a Proteste, em nota à imprensa.

A avaliação de gorduras e fibras

Entre outras análises, a entidade comparou a quantidades dessas duas substâncias que era prometida na embalagem com a que de fato estava presente nos pães. De novo, a maioria dos itens se manteve dentro de uma variação permitida pela legislação brasileira, que é de 20%.

No entanto, o pão de forma tradicional da Wickbold extrapolou esse limite, segundo a análise da Proteste, com uma diferença de 41,7% entre a quantidade de gordura acusada no rótulo e a que está no produto. As versões tradicionais de Plus Vita (25,7%) e Vai Bem (111,5%), assim como a integral da Panco (50%), também foram mal nesse quesito.

Já o pão integral da Grão Lev declara não conter quantidades significativas de gordura em sua composição. Para alegar isso, ele não poderia possuir acima de 0,5 grama de gordura por porção. Mas, no teste, observou-se 1,37 gramas de gordura.

A sobrecarga desse nutriente na dieta às vezes desencadeia, com o tempo, problemas à saúde. Estamos falando de obesidade, males cardiovasculares, diabetes e por aí vai.

Quanto às fibras, só o pão integral da Grão Lev – de novo ele – apresentou uma diferença superior a 20% entre a quantidade que aparece no rótulo e a que de fato está no alimento, de acordo com a avaliação. Para ser mais exato, ele contava com 52,96% a menos dessa substância, que ajuda a regular o intestino e a equilibrar microbiota.

Diante disso, essa marca acabou ficando em último lugar na classificação da Proteste. Quem lidera o ranking é o pão de forma tradicional da Visconti. Você pode ver a classificação completa e o teste clicando aqui.

SAÚDE já entrou em contato com as cinco marcas que apresentaram alguma alteração significativa segundo a Proteste para ouvir seu lado da história. Conforme elas responderem, daremos suas versões aqui.


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A história CrossFit: o império improvável

Greg Glassman adora comparar o CrossFit com um bote salva-vidas. É assim que o inventor desse método de treinamento (e agora também empresa multimilionária) define sua criação, quase duas décadas depois do começo na Califórnia. Os náufragos dessa história, seguindo a analogia de Greg, somos todos nós, que deveríamos prestar mais atenção na forma como nos cuidamos.

A salvação via CrossFit inclui treinos de tirar o fôlego. O suor é derramado nos mais de 14 mil espaços, ou boxes, espalhados pelo mundo – também é possível seguir gratuitamente novos desafios diários postados no site oficial da companhia. Enquanto milhares de seguidores cumpriam fielmente séries de exercícios exigentes no último dia 24 de maio de 2018, Greg palestrava calmamente no Rio de Janeiro, explicando a tal ideia do bote para afiliados CrossFit e profissionais de saúde. “Nós detemos o monopólio das pessoas mais bem condicionadas da Terra”, começa Greg, atraindo a atenção geral.

Greg acredita mesmo nisso. Aos 62 anos, fala com seu boné virado para trás sobre o cabelo grisalho bagunçado, vestindo jeans e camisa xadrez de flanela. Sua figura não remete a um guru fitness. Mas seu estilo ousado e falastrão, junto a um ímpeto avassalador, sustenta os alicerces da maior organização desse mercado. Ao vê-lo frente a frente, muitos se impressionam. Na sequência, normalmente agradecem por ele ter mudado suas vidas. E finalizam com uma selfie.

Dono de 100 % da CrossFit Incorporation, Greg está no comando. Sua marca registrada nos EUA gerencia as diretrizes do método de treinamento, os eventos oficiais, como o CrossFit Games, os cursos de formação de treinadores e os direitos de uso de nome de uma crescente rede de afiliadas. Se a indústria da modalidade, segundo estimativa de 2015 da Forbes, gera US$ 4 bilhões ao ano, só a CrossFit Inc abocanha US$ 42 milhões.

Ainda que conte com uma equipe de confiança, a alta cúpula da entidade, o californiano não responde a nenhum conselho de diretores ou algo do tipo. Greg também jura que nunca fez um plano de negócios na sua vida. Mesmo assim, os números não param de crescer. Nas últimas medições divulgadas pela companhia, no fim de 2017, a quantidade de praticantes é estimada em 4 milhões. Um fenômeno mundial.

Após sofrer paralisia infantil (pólio), Greg se tornou um dedicado competidor de ginástica artística na juventude. Ainda que tenha contraído o vírus da poliomielite aos 10 meses de idade, a condição só veio à tona após um ano. Interessado por atividades físicas alguns anos depois, e sem chance de competir em alto nível em modalidades que o atraíam, como corrida e natação, ele enxergou na ginástica, especialmente no aparelho das argolas, um novo horizonte para desenvolver suas aptidões físicas.

Greg seguiu o caminho dos esportes e se tornou personal trainer em Santa Cruz, litoral da Califórnia. Durante a década de 1990, depois de ser expulso de mais de um punhado de academias que não aprovavam seus treinos pouco ortodoxos, aceitou um convite para preparar alguns oficiais, especialmente policiais e bombeiros. Decidiu montar um espaço próprio em um centro chamado Spa Fitness, e começou a colocar em prática a sua alquimia.

Eram as raízes do que se tornaria o CrossFit, método que combina movimentos funcionais, alta intensidade e variação constante. Em 2001, Greg abriu as portas do box inaugural, o CrossFit Santa Cruz. No número 2851 da rua Research Park Drive, os primeiros discípulos começavam a se juntar.

“Estávamos ali porque acreditávamos na ideia de criar um movimento que mudaria o mundo”, diz o canadense Craig “Patty” Patterson, um dos primeiros frequentadores. “Naquela época, o CrossFit podia ser copiado e se falava muito em se tornar uma organização sem fins lucrativos”, afirma Patty, que fundou em 2004 o pioneiro box fora dos EUA, o CrossFit Vancouver, no Canadá – primeiro indício palpável da expansão do movimento.

Sem freios

Na contramão de grande parte dos primeiros crossfiteiros, muitos ainda na ativa, Patty se desvinculou do movimento: “Eu não me arrependo, mas fico envergonhado com o quão ingênuos todos nós éramos”. Suas críticas caem sobre o sistema que massificou a prática. Para se tornar apto a abrir um box com nome oficial CrossFit, por exemplo, basta passar no teste de um seminário presencial de dois dias oferecido pela entidade.

A partir daí, há liberdade total para definir quanto cobrar dos clientes, ensinar movimentos complexos de agachamentos, levantamento de peso e ginástica (entre outros) e determinar as sequências de treinos. Os cursos introdutórios, chamados Level I (ou Nível 1), custam US$ 1 mil (cerca de R$ 3.900). E cada afiliada desembolsa uma taxa anual de US$ 3 mil (R$ 11.700) à CrossFit Inc. – locais mais antigos mantêm seus preços originais, girando em torno de US$ 500 (quase R$ 2.000).

A matriz norte-americana, por outro lado, não tem participação nos lucros de cada espaço. Em uma entrevista ao programa 60 Minutes da rede norte-americana CBS, em 2015, o fundador explicou suas escolhas: “Eu não estou preocupado em aumentar os negócios. Estou fazendo as coisas certas, para as pessoas certas, pelas razões certas”.

Ele diz que combater a obesidade e as doenças crônicas é seu alvo principal. Nos EUA, 93,3 milhões de adultos (ou 39,8 % da população) se apresentam obesos, segundo dados do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS).

Veja também

Sem diploma universitário, Greg é crítico à formação acadêmica nas áreas de preparação física. Tudo o que era feito antes do CrossFit, diz ele, tem algo falho. Mas aprendeu desde cedo a ter embasamento para defender seus ideais. Na casa dos Glassman, em um subúrbio de Los Angeles, a precisão falava alto. Seu pai, Jeff Glassman, era um cientista espacial, amante de matemática e métodos científicos. Atualmente, ele ocupa o cargo de cientista-chefe da CrossFit Inc. Para argumentar qualquer coisa com o coroa nos velhos tempos era preciso saber o que estava falando. E ainda provar com dados.

Isso ajuda a explicar outra aposta de Greg nos dias atuais: o CrossFit Journal. Espécie de livro sagrado da companhia, ele traz artigos online e discussões sobre o método e seus desdobramentos. Se você começar a leitura agora, há provavelmente mais conteúdo do que será capaz de absorver em uma vida.

Febre mundial

Quando Pavel Saenz foi aos EUA em 2003 para gravar um documentário sobre artes marciais, acabou encontrando um dos poucos boxes da época, instalado em Portland. Praticante de jiu-jitsu, ele ficou curioso com o que acontecia dentro daquele galpão e decidiu experimentar. Foi fisgado pelo CrossFit.

Morador de Santiago, no Chile, Pavel manteve contato com os americanos. Em 2005, foi capacitado a distância para se tornar treinador. Um ano depois, em 2006, Pavel fundou a CrossFit Santiago, primeiro box da América Latina, que hoje abriga cerca de 400 alunos. “Antes de montar meu primeiro espaço, eu treinava algumas pessoas no quintal de casa”, recorda. “Comecei a ver o rápido efeito que aquilo fazia nas suas capacidades físicas, e como muitos dos alunos estavam melhorando em seus esportes”, diz Pavel, atualmente coach de CrossFit Level III (Nível 3), graduação que já permite formar novos treinadores. O grau máximo atual é o Nível 4. Em todos é preciso ter completado as fases anteriores.

Aos 42 anos, o mexicano mantém uma rotina de treinos, aulas, estudos e trabalho no seu box. “Vejo que nem todas as pessoas estão dispostas a trabalhar duro, mas todos têm essa capacidade dentro de si; determinação física e mental é algo que também se pode treinar”, defende Pavel. Esse mantra crossfiteiro explica a cena típica que chamou atenção do brasileiro Joel Fridman, em passagem pelo Canadá há dez anos. Várias pessoas juntas praticavam exercícios de le-vantamento de peso. Um esporte de nicho, especialidade de Joel, competidor de elite na época. Elas terminavam as rotinas caindo no chão de tanto esforço.

Mas, de alguma maneira, estavam adorando aquilo. “Decidi me aproximar do treinador, expliquei a ele que eu era do ramo e que talvez pudesse ajudá-lo”, lembra Joel. “Ainda bem que o cara me colocou no meu lugar (risos): ‘amigo, você vai treinar primeiro, depois a gente conversa’”, diverte-se hoje.

Desde aquele dia, Joel ficou intrigado e não quis mais sair do box. Pouco tempo depois, cruzou o oceano de volta para inaugurar em São Paulo a CrossFit Brasil, primeiro box no País, aberto em 2009. “Eu acreditei na ideia e no conceito, e nem imaginava que ia ser um fenômeno tão grande”, conta.

Estava nascendo ali apenas o terceiro box da América do Sul – pelo mundo espalhavam-se somente 10% da quantidade de afiliados atuais. “O crescimento foi orgânico, pois o método funciona e te permite trabalhar com diversas possibilidades”, afirma.

No mesmo embalo em que o CrossFit ganhava seguidores, apareciam críticos. Em vez de ignorar o debate – que começou a girar em torno de lesões dos praticantes e de algumas questões legais e comerciais –, a tática foi bem mais feroz. A Cross- Fit Inc. empunhou a bandeira de que havia criado algo capaz de derrubar os tabus e o próprio mercado em que estava inserida. E ao bancar sua visão com unhas, dentes e dezenas de advogados, a empresa vive em uma verdadeira trincheira de guerra.

As batalhas envolvem disputas judiciais com antigos membros-chave da organização e marcas esportivas, além de denúncias de irregularidades de gente vendendo gato por lebre com seu nome e até processos contra pesquisadores.

Um dos alvos recentes foi a Reebok, em 2018. Patrocinadora oficial dos CrossFit Games, ela foi processada pela falta de pagamento dos royalties da marca e venda de produtos. Ainda neste ano, Russel Berger, ex-diretor de conhecimento da CrossFit , foi afastado em junho por um tweet em que se referia à comunidade LGBT com a palavra “pecado” e agradecia aos donos da afiliada CrossFit Infiltrate, em Indianápolis (EUA), por cancelar um treino em alusão ao evento LGBT Indy Pride. Em 2014, a CrossFit Inc já havia vencido um processo contra a NSCA, Associação Nacional de Força e Condicionamento dos EUA, pela publicação de um estudo que associava lesões ao CrossFit.

Greg fala abertamente sobre os conflitos – seu preferido é o embate contra a indústria de refrigerantes nos EUA – e ainda declara amor a seu time de advogados, que costuma vencer, diga-se, as disputas nos tribunais. No quartel-general da CrossFit nos Estados Unidos, há um banco de dados atualizado com tudo o que envolve a marca. Por ali, monitoram-se de perto publicações, posts e citações mundo afora. Em suma, aquele velho ditado “falem mal, mas falem de mim” não cola, nem mesmo costuma passar despercebido por essa turma.

Para quem vive o dia a dia dos boxes, discussões como essa muitas vezes passam longe. Em outras, interferem na dinâmica dos negócios. Para Pavel, é normal que críticas apareçam e, em muitos casos, a culpa é da falta de informação. “É só se lembrar do começo do UFC, quando muita gente não entendeu ou achou brutal demais. A própria comunidade das artes marciais demorou a aceitar e hoje o esporte se consolidou”, reflete o atleta e empresário.

Talvez o grande desafio já não esteja na parte técnica: “Na América do Norte, pelo menos, a taxa de rotatividade de clientes e treinadores é altíssima, o que me parece inaceitável”, diz Craig “Patty” Patterson. Nos últimos anos, o canadense transformou seu box. Ele mantém referência às origens no CrossFit, mas agora traz um novo conceito mais individualizado chamado MadLab. “O CrossFit transformou o cenário fitness: foi uma revolução à qual sempre serei grato”, diz Patty. “Mas a evolução do movimento se tornou lenta demais, e não acho que tenha feito diferença no mundo”, segue.

Para o canadense, o que trava o processo é a formação em grande escala de treinadores, com baixa remuneração. Como a chave do equilíbrio, Patty defende a valorização dos profissionais e uma maior aproximação dos espaços com especialistas das áreas de saúde. Só depois, acredita, a mudança de verdade virá.

O futuro do império

Entre opiniões diversas, há um único consenso: esse cenário vai passar por mais uma mudança importante, fruto do aumento da procura. O que vai acontecer exatamente, ainda está difícil de prever. Mas as apostas já estão sendo feitas. “As pessoas vão começar a escolher pela qualidade”, arrisca Joel, que, assim como diversos treinadores, tem suas ressalvas com o sistema de capacitação, mas enxerga o método atuando de forma positiva em larga escala. “Nesse filtro, acredito que a tendência é ter espaços de tamanho médio, menos preocupados com quantidade e mais focados nos alunos”, completa o brasileiro.

Para Pavel, o CrossFit “é uma onda que ainda não atingiu seu auge e que ninguém vai ser capaz de parar”. Ele enxerga no horizonte um interesse mais voltado para a busca saudável da prática: de crianças a idosos, passando pelo que chama de “público urgente”, ou seja, pessoas com doenças crônicas, obesos, fumantes, entre outros.

Quando questionado sobre o futuro do CrossFit, Greg não demora a dizer que fará parte dele. Se alguém quiser comprar a marca, por exemplo, não há valor que o faça vendê-la. Além de bote salva-vidas, o fundador gosta de dizer que o CrossFit é “uma religião liderada por uma gangue de motoqueiros”. A frase teve repercussão, e até lhe rendeu um convite para discursar na escola de negócios de Harvard (EUA).

Pura ironia do destino, talvez. Em uma palestra recente por lá, sem nenhum tom irônico, ele concluiu dizendo: “Eu não sei como alguém pode competir contra mim”.


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Sua personalidade faz bem para você? Descubra

Você já ouviu falar em “personalidade saudável”? O psicólogo canadense Sidney Jourard, autor de diversos livros sobre o assunto, a definiu assim: “a personalidade saudável é uma forma de agir guiada pela inteligência e pelo respeito à vida, para que as necessidades pessoais sejam satisfeitas e para que a pessoa cresça com consciência, competência e capacidade de amar a si mesma, ao ambiente natural, e a outras pessoas”.

Parece uma definição meio abstrata? Ela se refere basicamente a características que asseguram às pessoas uma boa saúde mental. Humanistas das décadas de 1950 e 1960 citaram alguns exemplos: ter mais emoções positivas do que negativas na vida diária, ser aberto e flexível a novas possibilidades, confiar na própria experiência e capacidade, se aceitar, ter resiliência ao stress e desenvolver uma conexão autêntica e calorosa com o outro.

Mas, como saber se temos ou não personalidades saudáveis? Será que sua personalidade faz bem para você? Pesquisadores da Universidade da Califórnia decidiram criar um modelo para testar isso.

Antes de tudo, os cientistas descreveram a “personalidade saudável” usando os termos do famoso Big 5, ou Modelo dos Cinco Grandes Fatores, uma das formas de se atestar as personalidades mais cientificamente comprovadas do mundo. Esse modelo divide a personalidade em 5 características gerais: neuroticismo (ou instabilidade emocional), extroversão, sociabilidade (ou agradabilidade), escrupulosidade (ou Conscienciosidade, que mede a autodisciplina) e a abertura para novas experiências.

Há um grande corpo de pesquisas mostrando que os cinco principais traços descritos no Big 5 são estáveis, herdáveis ​​e conseguem prever resultados de vida como saúde, autoestima, desempenho acadêmico, qualidade conjugal e até performance no trabalho.

Baseado nisso, os pesquisadores primeiro geraram um perfil de características básicas de um indivíduo hipotético com uma personalidade 100% saudável. Depois, usaram dados de 3 mil participantes para testar se o suposto perfil saudável era aplicável em pessoas reais. E descobriram que sim: baixo neuroticismo, juntamente com altos níveis de abertura a experiências e extroversão, são características comuns a personalidades que fazem bem.

Para saber se você tem uma personalidade saudável ou não, os cientistas criaram um teste com os resultados da pesquisa. Nele, você responde a perguntas curtas e diretas relacionadas a socialização, autoestima, autoconhecimento, impulsos, atenção, dentre outros. A partir daí, e de outras informações que você fornece (como idade, sexo e até país de origem) o site fornece uma análise sobre os traços de personalidade – e até comenta os pontos fortes e fracos de seu resultado!

Você pode fazer o teste neste link! Ele está em inglês, mas as perguntas são curtas e diretas (nada que uma busca no Google não resolva).


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Vídeos feitos em casa podem ajudar no diagnóstico de autismo em crianças

O autismo é uma desordem difícil de detectar. Muitas vezes, os sintomas clássicos – como choro excessivo, irritabilidade, repetição sem sentido de palavras e pouco contato visual – são confundidos com o comportamento normal de crianças pequenas. Por outro lado, o ideal é que o diagnóstico aconteça antes dos 5 anos de idade, e o processo exige várias consultas, em que o especialista precisa analisar se a criança apresenta todos os aspectos que caracterizam o distúrbio.

Mas, um estudo publicado na última terça-feira (27) no periódico científico PLOS Medicine traz uma possível solução para essa realidade. Na pesquisa, cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, no Estados Unidos, usaram vídeos captados pelos pais de crianças autistas para agilizar o processo de diagnóstico – e os resultados foram animadores.

Os experts selecionaram as famílias pelas redes sociais. No total, eles receberam 116 vídeos de crianças autistas na faixa dos 4 anos e 10 meses de idade e 46 captações de pequenos com 2 anos e 11 meses de vida. Todos os registros tinham entre 1 e 5 minutos de duração e mostravam o rosto dos baixinhos, assim como gestos e interação com pessoas, brinquedos e materiais de pintura, como giz de cera e lápis de cor.

Para analisar os vídeos, os autores recrutaram nove avaliadores que tinham como função observar quais comportamentos típicos do autismo os voluntários mirins apresentavam. Enquanto assistiam às gravações, eles tinham que responder a 30 perguntas cuja resposta era apenas “sim” ou “não”.

Essas respostas eram registradas em computadores que contavam com algoritmos determinados a identificar cinco de 12 sinais comportamentais de autismo. A partir disso, o sistema calculava uma nota que indicava se o pequeno era ou não autista.

Eficiência

O experimento deu certo: em apenas quatro minutos, os avaliadores assistiram aos vídeos e identificaram os comportamentos dos baixinhos. Já os algoritmos acertaram se a criança tinha ou não autismo em 88,9% das vezes. No caso de diagnóstico positivo, o sistema fez uma rotulação correta em 94,5% dos episódios; em relação aos pequenos que não têm o distúrbio, a precisão foi de 77,4%.

Segundo os autores, o modelo funcionou porque, além de ser eficaz em detectar corretamente o distúrbio, a escala de pontos ainda indica qual o grau de severidade do autismo.

Ferramenta para pediatras

Dennis Wall, líder da pesquisa, acredita que esse sistema vai ajudar a agilizar o diagnóstico. “Isso poderia ser usado em consultas pediátricas de rotina”, propõe Wall, em nota. Segundo ele, os aspectos comportamentais poderiam ser avaliados tanto quanto o peso e a altura dos pequenos.

Agora, Wall e sua equipe estão replicando o estudo em Bangladesh, para saber se ele vale para outras culturas. “Nosso sonho é que uma ferramenta como essa faça com que os pediatras se sintam mais confiantes em identificar o autismo e outros distúrbios do desenvolvimento”.


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Gostou do boi gigante? Conheça outros “patinhos feios” da natureza



O método que alia ioga e medicina para evitar males antes e após o parto

A francesa Bernadette de Gasquet desenvolveu um interesse especial pelo momento do parto. Ou melhor, por como tornar essa fase tão importante na vida da mulher mais confortável e natural. Valendo-se de ensinamento e da ioga – ela é professora dessa prática desde a década de 1970 – e de sua formação médica, a especialista criou um conjunto de exercícios que, entre outras coisas, visa diminuir complicações do parto, como incontinência urinária e o prolapso genital (a popular bexiga caída). Esse é o Método de Gasquet.

Eis que Bernadette esteve no Brasil para participar do 1º Congresso Brasileiro do Método Abdominal Hipopressivo, a convite do Voll Pilates Group. E concedeu uma entrevista:

De onde veio a ideia e os princípios de incluir conceitos de ioga e ginástica na ginecologia e na obstetrícia?

Sou professora de ioga desde a década de 1970 e, durante meus três partos, entendi que o reflexo normal do corpo da mulher dispensa empurrões ou pressões. O corpo da mulher faz esse movimento, mãe e bebê se movimentam na hora do parto.

Então foi na prática que compreendi que os partos poderiam ser aprimorados, facilitando o movimento natural do corpo da mulher. Eu sou professora de ioga, vivenciei a transformação do corpo durante as gestações, nos partos e pós-partos. Mas, para melhor compreender o funcionamento do corpo humano, resolvi estudar Medicina aos 38 anos.

Na França, a graduação dura oito anos. Quis estudar todas as alterações do corpo feminino na gestação, parto e pós parto, para compreender o que acontece internamente no corpo da mulher grávida. A maioria das pesquisas que fiz foi na área da ginecologia e obstetrícia.

Não queria ser obstetra, mas sim ter o conhecimento médico da fisiologia do parto e multiplicar os conhecimentos da ioga aliados à medicina entre os médicos, pacientes e profissionais da área. Daí vem o Método de Gasquet.

Se fosse possível resumir, como a senhora definiria o Método de Gasquet e suas vantagens?

O pior após o parto é quando os órgãos descem [é o prolapso genital]. Os órgãos são sustentados por ligamentos que não se recuperam por meio de exercícios. Isso é muito frequente.

A causa da incontinência urinária e da queda dos órgãos é interna, não dá para ver. A mulher pode ter um abdominal esteticamente perfeito e sofrer de incontinência urinária. Inclusive, geralmente quem sofre de incontinência urinária tem um abdominal muito forte ou adota uma má postura ao se sentar seguidas horas. E, nos dois casos, os órgãos tendem a cair.

A principal vantagem para as mulheres que procuram meu método é justamente fortalecer, de forma saudável, a pelve, que é a parte do corpo que sustenta esses órgãos. Com isso, evitamos os prolapsos, que podem ocasionar muitos problemas, afetar o prazer sexual, provocar dores nas costas.

O Método de Gasquet tem essa contribuição de colocar tudo no lugar. Ele dá espaço para os órgãos funcionarem corretamente, lutando contra a gravidade. Resumindo, melhora a postura e a respiração, previne prolapsos e dores nas costas e aumenta o prazer sexual. Quando você tem uma boa postura e respira bem, tudo vai bem no seu corpo.

É a postura que vai determinar a respiração. E, no parto, é a respiração vai determinar o empurre que se dá, às vezes, na barriga e no períneo. A respiração funciona para crescer e alongar, não para pressionar.

Há evidências científicas dos benefícios desse método especificamente?

Não. Mas minha tese de doutorado em Medicina mostra que a única forma de proteger o corpo da incontinência urinária é o reflexo expulsivo, que faz o bebê descer e todos os órgãos subirem. Há pesquisas de exames de imagem que mostram que, durante o parto, o corpo da mulher faz um movimento com a pelve que promove o encaixe do bebê e a expulsão no parto.

Há também pesquisas sobre diástase, baseados em estudos de ultrassonografias. Falta uma pesquisa conduzida por um professor universitário para comprovar a eficácia do meu método, mas acho muito difícil de ser feita.


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Como Utilizar o Marketing Digital Para Momentos de Expansão do Seu Negócio

marketing digital em expansão

Com a popularização da internet e de outros recursos digitais, o marketing digital tem ganhado espaço em todo o mundo.

Os valores destinados à estratégia cresceram cerca de 44% em 2017 nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Ao total, o valor investido foi de US$ 52 bilhões. Globalmente, há a expectativa de os valores chegarem a US$ 100 bilhões.

Um investimento bem-sucedido implica em um valor obtido (com uma estratégia) maior do que o valor aplicado (para que ela aconteça).

Levando em consideração essa lógica, pensamos que, em um cenário de expansão, o Marketing Digital é de grande ajuda para estimular o desempenho de uma empresa.

Isso porque o uso adequado dos canais fortalece a marca e o branding, aumentando o alcance e captando, com isso, novas oportunidades.

Esses efeitos positivos aumentam a chance de que os custos da sua empresa, com uma estratégia alinhada de marketing digital, sejam revertidos em ganhos.

Para isso, é preciso avaliar profissionalmente as suas iniciativas e desenhar corretamente o seu plano de ação, só assim será possível ter resultados sempre positivos.

Portanto, o melhor jeito de usar o marketing digital para momentos de expansão é por meio do planejamento. Então, veja como adotar essa estratégia em favor do seu empreendimento e obtenha os efeitos desejados.

1- Comece o seu planejamento – o casamento entre o calendário de marketing e o calendário de expansão

calendário de expansão e marketing

Um crescimento estruturado, em geral, é sustentável. Como o desenvolvimento comercial não acontece de forma repentina, é recomendado elaborar um calendário de expansão.

Se a empresa pretende lançar novos produtos, abrir uma filial ou se transformar em franquia, tudo deve ser feito de acordo com um cronograma.

Na hora de usar o marketing digital para momentos de expansão, o melhor é unir esse o calendário da estratégia ao de crescimento.  Ações coordenadas sustentam a conquista de resultados e, desse modo, ajudam a consolidar o desenvolvimento.

Imagine um negócio que decide lançar um novo produto para se expandir e aproveitar uma onda de consumo. Para obter tração e acelerar o retorno sobre investimento, as ações devem ter início antes do começo das vendas.

Estabelecer estratégias que deixem o mercado “preparado” — como criar promoções e conteúdo — é uma boa saída. Isso dispara gatilhos mentais, como de escassez ou prova social, e melhora o potencial.

É indispensável que o calendário seja compatível com o crescimento, inclusive, nos investimentos. Então, é preciso direcionar parte dos recursos para o branding que ajuda a consolidar a expansão.

2- Qual é a diferença entre o Outbound Marketing e o Inbound Marketing?

inbound vs outbound

O marketing consiste em todas as técnicas que visam identificar demandas de mercado e oferecer a solução para essas exigências.

Também é responsável por prever e antecipar as necessidades, com a oferta de produtos e serviços atraentes. Quanto à empresa, as ações são voltadas com a intenção de gerar efeitos positivos — sendo lucro o principal deles.

Para Philip Kotler, considerado o pai do marketing moderno, o processo consiste na:

Ciência e arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer um público-alvo.  Ainda serve para medir e identificar o potencial de mercado e de lucro. A empresa, então, pode definir em quais segmentos é capaz de apresentar a melhor e mais adequada oferta.

O inbound marketing, por sua vez, é conhecido como marketing de atração. Ele consiste em utilizar técnicas que fazem com que o consumidor potencial se aproxime da marca. O termo foi criado por Brian Halligan, cofundador da Hubspot.

Os conceitos estão ligados, afinal, toda estratégia de inbound envolve os pontos básicos de marketing. Ao mesmo tempo, há diferenças.

No outbound marketing, por exemplo, há a interrupção da experiência para realizar uma oferta — como é o caso dos anúncios de TV. Já o inbound envolve a criação de uma abordagem envolvente para gerar resultados.

Ambos podem e devem ser usados juntos em busca de melhores impactos na atuação digital. É possível investir em alternativas como marketing de conteúdo, presença nas redes sociais, links patrocinados e outras opções.

O que levar em consideração ao escolher um segmento?

É fundamental que o marketing digital seja utilizado de forma estratégica e, por isso, entre a possibilidade tradicional e o inbound, é importante saber o que escolher de acordo com o segmento.

Se a empresa já tem presença digital, o inbound ajuda a desempenhar resultados otimizados. Com o objetivo de escalar a performance, entretanto, pode ser necessário recorrer a outros caminhos.

Também é fundamental avaliar as ferramentas específicas para cada momento. No e-commerce, as pessoas podem ficar até 144% mais propensas à compra após assistirem a um vídeo do produto. Então, investir nessa estratégia é adequado no segmento.

Dentro da proposta de crescimento, é indispensável cruzar informações. Avalie questões como objetivos, orçamento disponível, preferências do público, experiências passadas e assim por diante. Desse jeito, é viável identificar o que é mais adequado para cada segmento.

3- Por que não perder tempo com as métricas de vaidade?

tempo passando

As métricas são essenciais para acompanhar a efetividade de uma estratégia de marketing. No entanto, é preciso tomar cuidado com as chamadas métricas de vaidade. Elas representam um bom desempenho à primeira vista, mas oferecem resultados vazios.

É o caso de lançar um vídeo que, no meio, traz um link que redireciona para a compra. A peça pode ter milhões de visualizações, mas se não for efetiva em gerar vendas, então não é bem-sucedida.

As métricas de vaidade, portanto, correspondem a elementos como likes, visualizações, curtidas e acessos. Apesar de todos esses indicadores serem importantes, quando são avaliados sozinhos podem oferecer uma visão turva do desempenho, deixando-o inflado.

Na hora de pensar na expansão e nas vendas, é preciso utilizar números que realmente indicam o sucesso e a efetividade em conquistar novas oportunidades.

KPIs — o que são e quais você deve acompanhar

Indicadores-chave de performance ou Key Performance Indicators, os KPIs são essenciais em uma estratégia de marketing digital para momentos de expansão.

Eles vão além das métricas, pois utilizam essas unidades de medida para gerar informações.

Com o acompanhamento dos KPIs é possível definir se a abordagem tem funcionado, já que ele permite realizar uma análise quantitativa e qualitativa.

Quanto melhor é o desempenho apontado por eles, maior é a conquista de resultados.

Cada plano tem as suas necessidades, mas entre os pontos que devem ser acompanhados estão:

  • taxa de conversão em cliques (CTR);
  • custo por lead (CPL);
  • taxa de conversão de leads para leads qualificados (MQL);
  • taxa de conversão em vendas;
  • Custo de Aquisição do Cliente (CAC);
  • taxa de engajamento;
  • churn rate ou taxa de rejeição;
  • tempo de permanência no site;
  • tempo médio de visualização do vídeo;
  • taxa de tráfego orgânico e pago;
  • Retorno Sobre Investimento (ROI), entre outros.

4- Quais as melhores práticas para melhorar seus KPIs?

kpis

Otimizar o desempenho dos KPIs significa fortalecer o êxito da estratégia. Atualmente, há algumas práticas que devem ser executadas para ampliar a avaliação de sucesso. Veja quais ações podem melhorar o resultado.

Link Building

O link building consiste em criar links internos e externos na página. É algo que ajuda a orientar a navegação do usuário, além de melhorar métricas como CTR e tempo de permanência.

Também é uma tática importante para aprimorar o SEO (área que foca na otimização para motores de busca) e, portanto, o ranqueamento do site.

De acordo com o Google, este e um conteúdo de qualidade são os dois fatores mais importantes para obter boas posições.

Para fortalecer essa estratégia, os links internos devem ser relevantes e os textos-âncora têm que ser bem escolhidos. A boa prática consiste em usar palavras-chave e com boa efetividade de SEO.

De forma externa, use links de páginas com elevado Page Rank (grau de relevância dada pelo Google às páginas indexadas na ferramenta), porque isso demonstra que você está utilizando conteúdo de qualidade e de fontes confiáveis.

Para ser linkado por páginas de qualidade, um bom conteúdo é a chave. Também é válido utilizar o guest posting (prática de escrever e publicar artigos em sites ou blogs de empresas parceiras), desde que as audiências sejam semelhantes.

Comarketing

Por falar nessa abordagem, é preciso considerar o papel do comarketing. Ele acontece quando duas empresas se juntam para executar uma estratégia benéfica para ambas.

Os bons resultados vêm, em primeiro lugar, da escolha de empreendimentos com públicos semelhantes. Também é importante focar em ofertas de valor e complementares — em vez de concorrentes.

É oportuno, ainda, estabelecer um acordo de nível de serviço (SLA) para que as duas partes executem ações e colham bons resultados.

Os indicadores, como o ROI, devem ser acompanhados e utilizados para otimizar as próximas campanhas.

Aprimoramento de equipe

Durante um processo de expansão comercial, é essencial ter o time certo ao seu lado. Com as pessoas capacitadas, é possível estruturar o desenvolvimento e garantir que o negócio atinja os seus objetivos.

No caso do marketing digital, não é diferente. Ter profissionais especializados nas propostas melhora o desempenho. A equipe pode ser interna, terceirizada em uma agência ou híbrida.

O importante é que haja conhecimento e experiência para colocar o planejamento de marketing em prática.

Mapeamento de persona

O público-alvo é um dos elementos mais relevantes de uma estratégia digital. Saber com quem se fala ajuda a definir questões como linguagem, conteúdo e padrões de consumo.

Isso está ligado, inclusive, à necessidade de personalização. Entre os usuários norte-americanos, 78% disseram que conteúdo relevante e personalizado aumenta a intenção de compra.

Portanto, o mapeamento de persona deve ser feito de modo completo. Somente assim o negócio consegue compreender qual é a abordagem que tem que ser adotada.

Planejador de palavras-chave

As palavras-chave são grandes indexadores dentro do marketing digital. Elas se relacionam à intenção de busca e geram, por exemplo, resultados relevantes para os usuários. Pesquisá-las, portanto, é fundamental para conseguir um bom desempenho.

O uso do planejador é crucial nessa etapa. A partir de temas ou até de endereços dos concorrentes é possível verificar o que tem gerado mais interesse nos usuários.

Assim, a estratégia pode adotar medidas que explorem esses termos, em busca de tráfego qualificado e maior conversão.

Após uma análise de 1,9 bilhão de palavras-chave, quase 30% das expressões com mais de 10 mil pesquisas por mês têm mais de três palavras. Isso leva a um equilíbrio entre tráfego e qualificação, já que aumenta a especificação do termo.

5- Por que e como acompanhar a sua concorrência?

monitoramento de concorrência

Quando o objetivo é utilizar o marketing digital para momentos de expansão, a competição não é só pelas vendas. Há, também, uma disputa por espaço e por visibilidade. Em média, o primeiro colocado do Google recebe 30% do tráfego orgânico.

Os três primeiros colocados correspondem por mais de 50% do volume orgânico. Então, conquistar um posicionamento melhor amplia a diferenciação e a competitividade.

Tudo isso faz com que a abordagem seja direcionada para o público-alvo, mas sem perder os concorrentes de vista. Com um bom nível de destaque, os resultados se multiplicam.

Para sair à frente dos competidores, o recomendado é usar recursos para reconhecer estratégias e identificar oportunidades. A seguir, veja algumas opções de soluções que ajudam nesse processo.

Ubersuggest

ubersuggest

Inicialmente um serviço que usava apenas o autocomplete do Google, o Ubersuggest se transformou em uma ferramenta completa.

É possível pesquisar palavras-chave em vários idiomas e conhecer as chances de ranqueá-la. Também é viável verificar quais são os primeiros colocados por meio da análise de Google SERP, o custo por clique (CPC) e demais informações. É uma ferramenta totalmente gratuita.

Ahrefs

ahrefs

O Ahrefs oferece diversos elementos para a verificação da concorrência. É possível conhecer opções de palavra-chave, obter métricas de SEO e usar o explorador de sites, com 12 trilhões de links.

Ainda tem uma ferramenta para conferir backlinks, a SERP, links quebrados e mais. Apresenta diversas opções de planos pagos.

RD Station

rdstation

O RD Station é uma plataforma completa para integração e automação de marketing. Além de trazer recursos ligados ao funil de vendas, também tem permite estudar os concorrentes.

A plataforma conta com análise de site de palavras-chave, indicações sobre SEO e consolidação de dados. Com a possibilidade de se integrar a outros aplicativos, otimiza o conhecimento sobre quem disputa espaço. Tem planos em diversos preços.

SocialBakers

socialbakers

Com ferramentas gratuitas e pagas, o SocialBakers utiliza inteligência de dados na hora de fazer a comparação.

É ideal para fazer a análise de SERP no Facebook, além de considerar o desempenho do conteúdo multiplataforma.

Ainda garante a realização de benchmarking nas redes sociais e levantamento sobre tendências por segmento. Oferece teste grátis e planos por conta.

Conclusão

Com as iniciativas corretas, utilizar o marketing digital para momentos de expansão é uma estratégia que pode trazer um retorno interessante a longo prazo.

Para tanto, é essencial usar boas técnicas, acompanhar os resultados e ficar de olho nos concorrentes. Ao final, o custo assume a perspectiva definitiva de investimento.

Para descobrir se a sua atuação tem valido a pena, conheça a calculadora de marketing digital e veja a média dos competidores.

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Dieta amazônica: uma receita brasileira para viver mais

Guaraná vem do termo indígena “waraná” e significa “o princípio de todo o conhecimento”. Não poderia existir tradução mais perfeita. Foi esse frutinho que abriu os olhos de estudiosos à caça de uma explicação para a elevada expectativa de vida de Maués, município com cerca de 62 mil habitantes no Amazonas. Lá, 1% da população ultrapassa os 80 anos com um baita vigor. “Em países asiáticos e mediterrâneos, famosos por serem longevos, o índice equivale a meio por cento”, compara o geriatra Euler Ribeiro, da Universidade do Estado do Amazonas.

Intrigado com esse achado, o médico convidou a biogerontóloga Ivana Cruz, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, para esmiuçar a fórmula por trás da vitalidade desses homens e mulheres que moram próximos às matas, cercados de igarapés e vasta vegetação. Mais de dez anos de expedição científica renderam inúmeras descobertas. Juntos, Euler e Ivana descortinaram um cardápio cheio de sabores, nutrientes e benefícios, que não deve em nada ao badalado menu mediterrâneo. E o batizaram, claro, de dieta amazônica.

Como Maués é o berço do guaraná, e a fruta é presença constante no dia a dia da população, uma das primeiras constatações do grupo de pesquisadores foi a associação do alimento com o pique dos anciãos ribeirinhos. Mais do que dar energia, porém, um estudo com 637 idosos da região concluiu que, entre os fãs do frutinho, havia menor propensão a pressão alta e obesidade.

As taxas de colesterol estavam mais equilibradas naqueles que o consumiam habitualmente, em comparação com quem não ingeria”, revela a professora Ivana. Sim, parece que o guaraná é uma espécie de talismã cardiovascular.

Experimentos realizados nos laboratórios da UFSM, tanto em células como em cobaias, indicam, ainda, suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antitumorais. “Em um trabalho com células-tronco, observamos que o guaraná ajuda a reverter alguns sinais do envelhecimento“, revela Ivana.

Existem indícios, vindos de outras pesquisas pelo Brasil e mundo afora, de que a fruta desempenha um papel especial no cérebro, particularmente na preservação da memória. Tantos poderes resultam de uma mistura – tida como mágica pelos povos locais – de diversos compostos bioativos.

Desse caldo se destacam as catequinas, presentes também no prestigiado chá-verde, e as xantinas, caso da teobromina e da cafeína, que faz a fama do café. É provável que, agora, você já esteja decifrando de onde vem o apelo energético do guaraná. Muito antes de a ciência reconhecer seus atributos, era a ação estimulante que conferia popularidade ao alimento. Pajés e curumins já sabiam de longa data, e o homem branco aprendeu a lição.

O agrônomo André Luiz Atroch, da Embrapa Amazônia Ocidental, conta que os indígenas sempre usaram o guaraná antes de se embrenharem na selva para atividades extenuantes, como a caça. “Eles domesticaram a espécie, que era um tipo de trepadeira, e passaram a plantá-la em solo aberto”, ensina. O sucesso do cultivo é resultado direto do cuidado secular dessas tribos, especialmente a Sateré-Mawé, que, inclusive, tem orientado a produção sustentável atualmente.

Foram os índios, aliás, que nos legaram a receita da bebida à base da fruta. Na preparação, que faz parte de ritos, a semente é torrada, triturada e moldada em forma de bastão, para depois ser defumada. Na sequência, passa por um ralador – no caso, pedras ou a língua seca do peixe pirarucu – e, por fim, diluída em água.

O líquido resultante é amargo e costuma ser tomado logo cedo, em jejum, pelo povo de Maués. Mas pode aparecer ao longo do dia também para atenuar o calor, intenso em solo amazônico, e ajudar a recobrar as forças. E há quem prefira usá-lo em refrescos, misturando o preparo ao suco de frutas da região e adoçando com mel.

Se você curtiu a ideia, só vale ouvir um sábio conselho antes: atenção com o alto teor de cafeína! Sobretudo aos mais sensíveis à substância, o excesso pode trazer insônia, palpitações e até irritação gástrica. Ribeiro sugere uma colherinha de café do pó por dia (algo em torno de 90 miligramas). De preferência de manhã, como fazem os longevos da floresta.

Muito além da comida

Dieta não faz milagre, claro. E os especialistas atribuem o sucesso dos povos mediterrâneos no quesito longevidade a aspectos que não se resumem ao que eles consomem no dia a dia. É o estilo de vida, como um todo, que traz saúde. Os europeus são ativos, curtem festa e contemplação, e não dispensam um cochilo vespertino. Com os povos amazônicos, não é tão diferente.

Euler Ribeiro conta que em Maués se dorme, em média, dez horas por dia e poucos sofrem com estresse. Outra: ninguém nega suor. “Eles caminham com carga na floresta, remam muitas horas por dia…”

O café da manhã amazônico

Na Amazônia, uma mesa matinal deve ter itens que vão além do café com leite. “Para o brasileiro, em geral, é difícil imaginar o desjejum sem um pão francês quentinho”, comenta a nutricionista Grazielle Weis, do time da UFSM. J

á em Maués e outras cidades ribeirinhas e do interior da Região Norte, ele não tem muita vez, não. Ali quem domina são as raízes. E a soberana, nesse sentido, é aquela que já foi apelidada de “rainha do Brasil”. Falamos da mandioca, mais conhecida no pedaço por macaxeira.

Junto do guaraná, era ela que fornecia energia e disposição aos antigos povos indígenas. Hoje, por meio da tapioca, se popularizou pelo Brasil – literalmente do Oiapoque ao Chuí -, caindo no gosto de quem não pode (ou não quer) comer produtos de trigo e de outros cereais originalmente vindos de além-mar.

Entre os tubérculos que vão à mesa desde a manhã, também briga por espaço o cará, tanto em sua versão clarinha quanto na arroxeada, que concentra pigmentos de ação antioxidante. Esses vegetais são cozidos com água e servidos sem tempero ou com uma pitadinha de sal. Simples assim.

O consumo da mandioca e do cará respeita certas tradições da terra e cumpre muito bem a missão de suprir o organismo com carboidrato, fundamental para o dia nascer feliz. Afinal, depois de horas de sono e jejum, o cérebro fica com fome de glicose. Daí a urgência do nutriente que ajuda a botar tudo para funcionar.

Quem gosta de incrementar o café da manhã costuma abrir espaço para plantas e frutas nativas, que desfilam cores, sabores e ainda mais fitoquímicos. Francisco Nascimento, professor de nutrição da Universidade Federal do Pará, conta que a pupunha é das mais apreciadas. “Se come cozida junto do café”, diz o integrante do projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, iniciativa que visa promover o uso sustentável e ampliar o consumo de alimentos nativos.

O pesquisador anda investigando a composição nutricional da pupunha e de muitas outras espécies nortistas. Ela esbanja carotenoides, clã de substâncias que tingem os vegetais de vermelho, amarelo e laranja. Betacaroteno e licopeno, os representantes mais conhecidos dessa família – e também presentes, respectivamente, na cenoura e no tomate -, vêm se notabilizando por reduzir o risco de câncer.

“Em um café da manhã típico do Amazonas, também não pode faltar o tucumã”, aponta a nutricionista Cynthia Antonaccio, manauara que trouxe muitos dos costumes de sua terra para a capital paulista, onde comanda a Equilibrium Consultoria. De polpa doce e amarela e riquíssimo em carotenoides, o fruto é estrela de um lanche famoso na região, o X-caboquinho.

Além de entrar no sanduba, o tucumã se destaca nos laboratórios de pesquisa por seu potencial de bater de frente com o diabetes. Em experiência com camundongos na UFSM, observou-se que o óleo do fruto blinda o fígado de quem possui a doença. “Como esse órgão tem um papel central na regulação dos níveis de glicose, sua proteção é essencial para manter as funções metabólicas adequadas”, explica o biomédico Matheus Baldissera, autor do estudo.

O tucumã, que dá em um tipo de palmeira, enriquece outras receitas. “Cortado em lascas, fica ótimo misturado no arroz ou na farofa”, conta a nutricionista Dionisia Nagahama, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Quem são os integrantes do almoço e do jantar

Por falar em farofa, uma unanimidade na dieta amazônica é a farinha. Já ensinava o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986): “Constituía o conduto essencial e principal, acompanhando todas as coisas comíveis, da carne à fruta”. Essa predileção se apresenta em tudo quanto é prato até hoje, do café da manhã ao jantar.

“Existem diversos tipos, desde a granulosa até a fina, a amarela, a esbranquiçada”, enumera Nascimento. Sua matéria-prima quase sempre é a mandioca, mas há uma em especial feita de peixe e conhecida como piracuí. Foi criada por nossos ancestrais como forma de conservar o pescado e garantir proteína o ano todo.

Para quem mora perto do maior rio do mundo, peixe é que não falta na cumbuca. Enquanto o consumo do brasileiro é de 10 quilos por ano, em média, estima-se que na Amazônia o número ultrapasse os 30. “Em algumas regiões ribeirinhas chega perto de 50”, calcula a engenheira de alimentos Hellen Kato, da Embrapa Pesca e Aquicultura.

A preferência pelos pescados vem de longe. “A quantidade de restos encontrados em sítios arqueológicos mostra que os peixes eram elemento-chave da dieta dos povos indígenas entre os séculos 8 e 15”, ensina a arqueóloga Gabriela Prestes Carneiro, da Universidade Federal do Oeste do Pará. Pirarucu, tambaqui, tucunaré, surubim e pintado já entravam no caldeirão e foram vitais para a sobrevivência dessas populações.

Felizmente, tamanha variedade persiste nas receitas hoje em dia. E é nessa equação de mais pescados menos carne vermelha que encontramos outra explicação para a longevidade dos adeptos da dieta amazônica. Ora, dá pra nadar de braçada na quantidade de estudos que endossam ampliar a ingestão de peixes buscando maior qualidade e expectativa de vida.

Nos preparos caseiros de Maués, por exemplo, nem a cabeça do bicho é desperdiçada. Sorte de quem come, pois assim se garante um aporte extra de fósforo para os ossos e os músculos.

Na panela do premiado chef Saulo Jennings, do restaurante A Casa do Saulo, em Santarém (PA), só entra pescado da época. “Procuramos respeitar o período de reprodução”, afirma.

O cozinheiro revela que os pescadores das comunidades ribeirinhas têm consciência sobre a importância da preservação. Sua cozinha, que fica às margens do Rio Tapajós, também prioriza ingredientes nativos, caso da chicória, hortaliça bem distinta da encontrada no Sul do país.

Vira e mexe o jambu é outro que marca presença na culinária local. Exótico, provoca sensações de formigamento e dormência na boca. “Um dos compostos químicos responsáveis pelo seu paladar diferenciado é o espilantol”, conta a farmacêutica Audrei Alves, da equipe da UFSM. Essas propriedades anestésicas despertaram a atenção dos gringos, que já detêm diversas patentes com derivados da planta.

Cozinha temperada

Outra herança ancestral, e que certos povos amazônicos conservam, é economizar nas pitadas de sal e abusar de ervas e condimentos para dar sabor aos pratos. A pimenta é das mais utilizadas – tipos como a malagueta enriquecem caldos e caldeiradas.

Outro item que realça as receitas é o urucum ou “uru-ku”, que significa “vermelho”. Sua semente esconde um pigmento que, além de deixar a comida mais rubra e vistosa, é usado para pintar o corpo dos índios em dias de festas e rituais.

O poder das frutas da Amazônia

Não dá pra falar em dieta amazônica sem entrar no mérito de uma de suas maiores preciosidades, o açaí. Segundo a mitologia local, ele teria surgido pelas mãos de Tupã, uma das principais divindades indígenas. O fruto carrega um combo de cálcio, fibras e antocianinas, pigmentos que lhe conferem a cor roxa.

Outro chamariz da polpa – conhecida como vinho – é o teor de gorduras boas, as mesmas que lhe garantem a consistência cremosa e fazem dele um poderoso energético.

Nas comunidades ribeirinhas, o açaí é degustado junto de tapioca e mel, nos intervalos das grandes refeições. “Também aparece no almoço e no jantar compondo receitas tradicionais de pirão”, conta Nascimento.

A farmacêutica Audrei Alves revela que começam a brotar evidências, ainda que em laboratório, de que o alimento tem papel na longevidade. “Ele ajuda a modular genes que aumentam o tempo de vida”, explica.

Outro feito mais estudado do açaí é sua capacidade de preservar as artérias. Embora as antocianinas, com sua ação antioxidante, tenham participação nessa história, não podemos esquecer dos fitoesteróis ali dentro. A substância, incorporada a produtos industrializados como margarinas, auxilia na redução do colesterol.

Se o coração dos povos amazônicos bate forte, há que botar isso na conta de outras espécies também. O cubiu é uma delas. Esse frutinho é um parente do tomate que concentra betacaroteno, quercetina, taninos, ácido gálico e vitamina C… Ufa!

“O extrato da polpa impede a oxidação do colesterol”, aponta a química Greice Montagner, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Evitando esse fenômeno, os vasos escapam dos danos que resultam em seu entupimento, estopim para um infarto.

Na prateleira de frutas menos conhecidas no resto do Brasil, ganham menção honrosa o araçá-boi e a pitomba. “Elas têm potencial anticâncer”, observa Gláucia Pastore, professora de engenharia de alimentos da Universidade Estadual de Campinas.

Mel, doce mel

Conta a lenda que a índia Uniawamoni não quis subir ao céu junto de seu irmão, que se transformaria no Sol. Ela escolheu ficar na Terra para proteger o guaraná, assumindo a forma da abelha-canudo. Tem cumprido bem a missão, pois trabalha na polinização da flora da região e na produção de mel. O alimento continua adoçando os preparos mais ao interior dos estados.

Em Manaus e outras capitais, o açúcar refinado vem tomando seu lugar. “Inclusive já notamos exagero no consumo”, repara a nutricionista Dionisia Nagahama. A depender da abelha e da flora, os méis ofertam, além da doçura, minerais e compostos fitoquímicos bem-vindos.

Tesouros ainda não encontrados (e as castanhas)

Mesmo que os olhos da ciência estejam se voltando cada vez mais para essa riqueza amazônica, especialistas acreditam que ainda falta muito a desbravar. “A flora daqui é subutilizada”, diz o biólogo Valdely Kinupp, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. O professor defende que a sociedade precisa conhecer o que a nossa natureza oferta para diversificar no prato e comer melhor.

Você já ouviu falar em monguba, castanha-de-galinha ou xixá? Pois é. Kinupp ensina que todas são castanhas comestíveis encontradas na mata. Pelo menos outra espécie, a castanha-do-brasil (ou do-pará) já reúne um fã-clube pelo país. Que bom: trata-se da melhor fonte de selênio, mineral que nos defende de males como o Alzheimer.

“O selênio também reforça nosso sistema imunológico”, explica a nutricionista Silvia Cozzolino, da Universidade de São Paulo. Basta uma unidade por dia.

Quem sabe que tesouros nutricionais não se escondem em tantas outras castanhas, frutas e plantas da Amazônia? “É preciso trazer à tona o conhecimento dos povos tradicionais”, afirma Kinupp. Resgatando as espécies, decifrando-as cientificamente e exportando achados e ingredientes tão empolgantes, pode ter certeza: mais brasileiros vão passar dos 80 anos cheios de energia.

Compare os ingredientes das dietas amazônica e mediterrânea

Guaraná x Vinho tinto

Esses são dois aliados do coração. Ninguém vai sugerir trocar o vinho pelo pó de guaraná, sobretudo em um jantar a dois. O paralelo aqui é que, com equilíbrio, ambos resguardam o sistema cardiovascular.

Enquanto o produto da uva oferta resveratrol, bem-vindo aos vasos, o guaraná tem um mix antioxidante que ajuda a blindar as artérias.

Açaí x Berries

Uma das principais desvantagens de amoras, framboesas e outras berries é o preço. Os europeus podem se refestelar, mas, por aqui, nem sempre encontramos o ano todo.

Em matéria de antocianinas, os pigmentos que dão o tom roxo dessas frutas, o Brasil tem seu campeão, o açaí – hoje disponível em quase todo mercado. Esses pigmentos neutralizam os radicais livres, moléculas que, sem controle, contribuem para doenças cardiovasculares e neurológicas.

Mandioca x Pão

Variar o cardápio é sempre uma boa pedida, especialmente se você é daqueles viciados em pão. Ele também aparece na dieta mediterrânea, vá lá, mas com a devida moderação.

Saiba que substituí-lo pela mandioca cozida no café da manhã ajuda a prolongar a saciedade. Isso porque a raiz contém um arranjo de amido e fibras, capaz de liberar a glicose mais lentamente para o corpo. Dose de energia por um tempo maior.

Jaraqui x Pescada

Na terra de Iara, a mãe da água, o peixe não pode ficar de fora. “Os pescados amazônicos são ricos em minerais como cálcio, ferro e zinco”, nota a nutricionista Grazielle Weis.

Um dos mais populares é o jaraqui, dotado de uma excelente proporção de gorduras, entre elas o ômega-3. Não deve em nada – e às vezes até supera – a pescada e outras espécies marinhas.

Pupunha x Pimentão

Enquanto a culinária mediterrânea abusa de hortaliças como pimentão, que perdem parte de sua riqueza ao passar por altas temperaturas, aqui temos frutos que ficam até mais nutritivos ao serem cozidos.

Pupunha, buriti, cubiu e outros são cheios de betacaroteno, antioxidante que protege nossa visão e é mais bem aproveitado quando aquecido.

Azeite de tucumã x Azeite de oliva

Se no Mediterrâneo eles têm o óleo da azeitona, aqui há o azeite feito com esse fruto amazônico. Mesmo que o uso culinário seja distinto, é possível afirmar que ambos agregam vantagens aos pratos.

“Entre outras substâncias, o óleo de tucumã oferece vitamina E e betacaroteno, o precursor da vitamina A”, diz Laura Abreu, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental. Sem contar a composição equilibrada de gorduras do bem.

Castanha-do-Brasil x Noz

Quando o assunto é selênio, mineral crucial para o organismo, não tem concorrência: a nossa castanha é imbatível. Nenhuma outra oleaginosa é páreo. As nozes, típicas do Hemisfério Norte, ficam no chinelo. É que a castanheira nativa é uma espécie que tende a acumular o mineral, captado do solo.

“Mas pode haver uma boa variação no teor da substância, de acordo com o local de extração”, esclarece Lúcia Wadt, pesquisadora da Embrapa Rondônia.


Dieta amazônica: uma receita brasileira para viver mais Publicado primeiro em https://saude.abril.com.br